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Opinião
Sexta - 06 de Agosto de 2010 às 16:21
Por: Sérgio Guimarães

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Numa campanha eleitoral onde a maior atenção é dada aos ataques pessoais, às impugnações, às articulações exclusivamente pragmáticas com vistas a chegar ao poder e onde praticamente não existem a apresentação e discussão de propostas; passou quase despercebida a divulgação, pelo Partido Verde na semana passada da “Carta Verde de Mato Grosso”; com sua visão de futuro para nosso estado.

Ao contrário do que alguns possam imaginar, a “Carta Verde de Mato Grosso” não é um documento preservacionista, nem propõe o “engessamento” do estado, mas sim é um chamamento ao desenvolvimento econômico de Mato Grosso. Porém, um desenvolvimento que priorize a dimensão social, onde as riquezas sejam melhor distribuídas e os serviços públicos, especialmente saúde e educação de qualidade, atendam integralmente as necessidades da população. Que cada cidadão tenha oportunidades concretas de elevação de níveis de renda e qualidade de vida.

Também, é claro, propõe um desenvolvimento que tenha como pilar básico a sustentabilidade ambiental, condição básica para que tenhamos perspectivas de futuro. Diz a carta: “acreditamos e defendemos que o verdadeiro desenvolvimento econômico só é possível com a preservação do equilíbrio ambiental. É possível sim produzir sem destruir, consumir sem ser consumido. Cuidar bem das nossas águas, das nossas florestas, das cidades e da nossa vida. Somente dessa forma estaremos preparados para os desafios do futuro próximo”.

Um dos pontos que chama a atenção é sem dúvida o destaque dado aos problemas urbanos e a necessidade de ampliação da infraestrutura. “Queremos as nossas cidades com infraestrutura básica, água tratada e saneamento (esgoto), iluminadas, com transporte público acessível e ruas pavimentadas, com praças e áreas de lazer urbanizadas e mais seguras”. E vai ainda além, ao expor que “Queremos Mato Grosso com mais rodovias e ferrovias, com aeroportos e hidrovias para escoar nossa produção - mas sem que isso se torne mais um vetor de degradação ambiental”.

Por entender que existem áreas suficientes para o aumento da produção agrícola, o documento avança propondo “o fim do desmatamento e o aumento da produtividade e o pagamento por serviços ambientais. Produzir mais e melhor nas áreas já abertas, recuperando as áreas mais sensíveis e as já degradadas”. Propõe ainda “espaço, apoio e prioridade para a agricultura familiar do tamanho do seu potencial e da sua importância na produção de alimentos para Mato Grosso e o Brasil. Queremos a regularização fundiária e a paz no campo”, conclama a Carta Verde.

O documento ressalta ainda a necessidade de indústrias limpas e eficientes, de um setor público livre de vícios e desvios que sugam o dinheiro dos impostos e destaca a importância fundamental de políticas púbicas que amparem e dêem perspectivas de futuro para as nossas crianças, adolescentes e jovens. Pede maior cuidado e valorização para os idosos e ressalta ainda o imperativo do reconhecimento da diversidade social, cultural, étnica e mais respeito aos direitos das minorias.

A carta, que está em sintonia com as Diretrizes para o Programa de Governo da candidata Marina Silva, (http://www.minhamarina.org.br/diretrizes_governo/index.php) vai além das propostas e faz um chamamento ao cidadão a ser protagonista do processo político, escolhendo com muito cuidado os candidatos nos quais votará nestas eleições, prestando atenção a quem você dará o mandato de deputado estadual, deputado federal, de senador, de Governador e de Presidente da República. Começando por negar o vota a quem tem a ‘ficha suja’ na Justiça, em quem queira comprar nosso voto e o de nossa família, para votar somente em quem tenha proposta realista para melhorar a vida de todos que aqui vivem e que invista no futuro de nossos filhos e netos.

Por último, o Partido Verde de Mato Grosso e seus candidatos assumem compromissos em relação ao processo eleitoral: pautar o período de campanha pelo debate de idéias e propostas sobre Mato Grosso e o Brasil; não praticar qualquer tipo de ataques pessoais; ter transparência na arrecadação e aplicação de doações de campanha; e fazer a neutralização das emissões de carbono da campanha, através de plantio de árvores.

Sem dúvida são propostas e posicionamentos que vêm contribuir não só para a realização de uma campanha de alto nível, mas principalmente para caminharmos na direção do Mato Grosso que queremos, um Mato Grosso efetivamente democrático e sustentável.


Sérgio Guimarães
é Engenheiro civil, ex-Secretário de Meio Ambiente do Estado, fundador e presidente licenciado do ICV – Instituto Centro de vida e candidato a Deputado Federal pelo Partido Verde.



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