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Opinião
Terça - 17 de Julho de 2012 às 15:43
Por: Lourembergue Alves

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Completam-se, hoje, onze dias de campanha político-eleitoral. Sua temperatura ainda continua morna. Sem grandes lances, em especial na disputa pela prefeitura de Cuiabá. Ainda que se tenham ataques pessoais. Estes, na maioria das vezes, dirigidos a quem se encontra à frente das pesquisas.

Raramente, no entanto, entre os candidatos considerados retardatários. Erro estratégico que se associa as falas desencontradas no seio de uma mesma coligação. Isso é ruim. Pois revelam a ausência de coordenação e de preparação. Faltas que tentam ser escondidas com as promessas, entre as quais aquelas que jamais serão realizadas, ladeadas por algumas poucas realizáveis, e, em meio a estas, as desnecessárias – a exemplo da idéia de criação de mais duas secretarias: a de Combate à Violência e a de Políticas de Bairros. 
 
Criações desnecessárias porque a Capital já conta com vinte e uma secretarias. Número bem acima de suas necessidades. Assim, a proposta de criações deveria ser substituída pela reorganização das secretarias já existentes, com vistas a readequar a administração pública da Capital para as necessidades e os anseios da população. Para tal, ao contrário de criação de novas, seria mais relevante a fusão. Fusão, por exemplo, da Secretaria de Obras Públicas e a de Serviços Urbanos.

Resultar-se-ia daí o aparecimento da Infra-estrutura, com o status de uma super-secretaria. Isso porque seria ela a responsável pelo disciplinamento e organização da própria cidade. Disciplinamento e organização que contribuiriam para a diminuição da violência, além – é claro – de despertar a atenção do conjunto dos munícipes, trazendo-o mais próximo e ligado as referências do desenho arquitetônico citadino. Pois este conjunto se sentiria, de fato, co-participe das mudanças, inclusive de um diálogo – existente e percebido, evidentemente - entre a periferia e o centro. Diálogo, intermediado pelo prefeito, mas motivado e norteado pelas vontades populares, jamais pelos interesses político-partidários ou grupais. Ainda que se tenha – e é preciso ter - a participação de vereadores, das siglas políticas, das associações dos bairros e das subprefeituras regionais (Norte, Sul, Leste e Oeste). 
 
Estabelece desse modo, a descentralização administrativa, sem que haja o aumento de secretarias. Pois este aumento só beneficia aos parceiros de campanha, e, nesse sentido, não atenderia de forma alguma ao desejo de trazer “a administração para perto da população”. Até porque para as chefias dessas pastas são sempre indicados gente dos coronéis da política, e, muitos deles, senão todos, nomeados não por suas competências técnica ou política.
 
Aliás, uma administração pública – diferentemente da direção dos negócios particulares – deve primar pelo técnico e pelo político. São estes dois critérios que devem ser levados em consideração na composição de qualquer corpo auxiliar do governante. Independentemente da esfera do governo.
 
Esses dois critérios são complementares. Ainda que, em alguns momentos, o primeiro possa se contrapuser ao segundo, e este se desentender com aquele. Até porque não se pode realizar uma determinada obra apenas em função da grana que se tem, ou de sua viabilização em razão da instrumentação técnica. A visão e o alcance político são também imprescindíveis, e estas se contrapõem – radicalmente – as criações da Secretaria Municipal de Segurança Pública, ou de Combate à Violência, e da Secretaria de Políticas de Bairros. Propostas que denunciam o desconhecimento e a péssima assessoria dos candidatos. 


Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Alves@uol.com.br.


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