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Opinião
Domingo - 11 de Julho de 2010 às 11:01
Por: Arthur Virgílio

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Muito já se falou sobre a eliminação da Seleção Brasileira, mas ainda é tempo para fazer algumas considerações. Doeu muito - e a dor não passou de todo, principalmente quando vemos o final da Copa sem o "País do futebol".

Podia ter sido melhor. Resta-nos tentar, ao menos, tirar lições dessa frustração.

Dunga está fora da Seleção. Entre tantos críticos, não serei eu a espezinhá-lo.

O técnico brasileiro, porém, formou um time à imagem e semelhança dele, com cara de volante, defensivo. Parecido com Maradona, que fez uma equipe ofensiva, como ele próprio foi, mas exagerou na autoconfiança e desmoronou diante dos alemães.

Não levar Ronaldinho Gaúcho foi um erro. Jogaria melhor que muitos selecionados. Lamento por Ganso. Deixar Neymar foi um golpe no artista da bola que existe em cada brasileiro. Se era para não levá-lo e levar Grafite para não usar, por que não levar Adriano? Recluso, sob vigilância, com 60% ou 70% da forma, ele seria o jogador de choque que o time precisou.

O que a gente tem que ensinar aos nossos, desolados, como minha filha mais nova? No mínimo, que precisamos aprender a perder, nós que, filhos do único país pentacampeão mundial de futebol, já sabemos ganhar.

A rigor, no fundo do coração, quem esperava que o Brasil fosse campeão com esse time? Talvez como em 1994, nos pênaltis. Quem sabe os deuses do futebol não quiseram nos poupar de mais uma mancha na galeria de títulos obtidos com tanto brilho por Pelé e companhia?

A Copa da África foi uma experiência dura para Dunga e para todo mundo. Temos agora que ver a Copa de 2014. Precisamos montar uma estrutura tão boa quanto a da NBA, nos Estados Unidos. Afinal, os norte-americanos jogam tão bem basquete quanto nós jogamos futebol. Só que nós perdemos e eles nunca perdem.

O que está faltando? Organização. Seriedade da CBF. Respeito com o dinheiro do torcedor. Precisamos ver tudo isso em profundidade.

A Copa de 2014, que tem Manaus como uma das sedes, oferece oportunidade de o Brasil conquistar vários títulos. Começa com a vantagem de a Seleção Brasileira não precisar sequer disputar as Eliminatórias. Segue na possibilidade de empurrar a infraestrutura nacional para alguns anos à frente - comunicação, hotelaria, portos, aeroportos, mobilidade urbana - ou pelo menos tirá-la de tantos anos atrás, e criar um ciclo virtuoso que nos impulsione ao desenvolvimento.

Ganhar a Copa de 2014 é importante. Neymar e Ganso se juntarão a Robinho, num time que lembrará mais o Santos de Pelé e menos a nossa Seleção de 2010. Vamos receber o mundo da bola com o melhor do futebol-arte.

Otimismo. Quem é penta, nunca baixa a cabeça.


Arthur Virgílio
é senador pelo Amazonas, líder do PSDB e escreve em A Gazeta aos domingos. E-mail: aryribeiro50@gmail.com



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