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Opinião
Quinta - 08 de Julho de 2010 às 08:19
Por: Onofre Ribeiro

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A respeito do artigo do último domingo (03.07), sobre o efeito novo da comunicação digital na propaganda eleitoral em 2010, foi uma prospecção, mas resultou numa série de manifestações interessantes e algumas muito irritadas. É compreensível que o novo cause pânico.

Não se pode falar em propaganda eleitoral sem lembrar que ela nasceu no rádio e na tv nos anos 70, e depois ampliou-se. Mas nesse período a sociedade mudou completamente, do mesmo modo que mudaram completamente os perfis de todos os veículos de comunicação.

Em 1970, o recém-nascido Jornal Nacional, da Rede Globo, alcançava 80 milhões dos 100 milhões de habitantes do país. Em 2006, chegava a 40 milhões, num país de quase 200 milhões. Só aí já se vê que mudaram os brasileiros e mudaram os telejornais, agora esparramados em “trocentas” emissoras de televisões de redes nacionais e de produção local.

O rádio ampliou daqueles anos 70 para o FM e agora para as rádios comunitárias, para as incontroláveis emissoras piratas e para a internet. Mudaram, e vão mudar muito mais os meios para se assistir tv e rádio. Pode ser no computador, no i-phone, no celular, nos i-pods, nos novos equipamentos eletrônicos que surgem diariamente, a exemplo do recente i-pad, e do inimaginável futuro.

Mas a Internet também é mãe dessa coisa nova chamada de redes sociais. Os jovens se amarraram nelas e acabaram tornando-se a via de comunicação deles. O twitter é febre absoluta entre os jovens. Aqui é bom registrar que os nossos jovens estão cada vez mais individualistas e privativistas. Falam menos pessoalmente e se comunicam cada vez mais pelas redes: seja no twitter, no orkut, no msn, via computador e via telefone celular.

As redes sociais não usam mais a linguagem tradicional que consagrou a propaganda eleitoral nas três últimas décadas. Jovem não gosta de ler no papel. Gosta de ler em telas digitais. Mas elas não servem para textos longos e nem podem ter imagens carregadas que demorem abrir, porque eles são impacientes. O vocabulário também não pode mais ser o formal. “Blz” é um termo de saudação curto e direto. Abrevia o termo “beleza?”. Mas é uma saudação que não comporta outra resposta que não seja também “blz”. No meio, entre as duas, uma comunicação não-manifesta real e consistente.

Como dizer aos jovens que entre um “blz” e outro existe um candidato, uma proposta e uma candidatura? Confesso que não sei. Mas imagino que pesquisas possam dizer isso. Os adultos também já aprendem a se comunicar nas redes sociais. O orkut é um universo amplo e extraordinário. Como usá-lo? Como usar os blogs e como usar essas ferramentas que a gente não pega na mão, onde falamos e ouvimos sozinhos, na privacidade?

Bom, essa é uma conversa que está só começando. Não sei como vai se desenvolver, mas não pode ser ignorada, sob pena de excelentes candidaturas e candidatos não vingarem e nem serem compreendidos.


Onofre Ribeiro
é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@terra.com.br



Autor

Onofre Ribeiro
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br

É jornalista em Cuiabá.

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