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Opinião
Segunda - 14 de Junho de 2010 às 09:48
Por: Rogério Salles

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É possível fazer política de maneira correta, com ética, com respeito às leis e a valores morais mínimos? Ou será isso uma utopia? Diante do vale-tudo que se trava em torno da formação de alianças partidárias e com o Judiciário vivendo o epílogo de uma crise que se arrasta há mais de dez anos, o que se passa na cabeça do eleitor?

Imagino que o cidadão se sinta enojado, descrente nas instituições e autoridades, e cada vez mais convicto de que política não é coisa para pessoas de bem e de que tudo não passa de uma disputa entre bandos que querem o poder apenas para assaltar o dinheiro público e dele fazer uso em benefício próprio.

Como mudaremos a situação? Com as mesmas práticas políticas que geraram este estado de coisas? Creio que não. Acredito que para mudar precisamos, em primeiro lugar, reconquistar a capacidade de nos indignar. O eleitor precisa entender que só ele é capaz de interromper esse processo de degradação moral para preservar o futuro e o bem-estar da nossa gente. Em um estado carente de infraestrutura dinheiro público tem de ser bem aplicado para atender as crianças que precisam de mais escolas, jovens que precisam de mais oportunidades, idosos que precisam de mais assistência e trabalhadores que precisam de mais empregos e melhores salários.

Em segundo lugar, precisamos recompor nosso senso ético e moral, distinguir o certo do errado, o decente do indecente, o legal do ilegal. Não se pode aceitar como "normal" o que não é. Não é normal comprar lideranças, não é normal comprar votos, não é normal fazer campanha usando caixa 2, não é normal políticos assalariados ficarem milionários e, principalmente, não é normal aceitar tudo isso passivamente. É preciso sair do torpor, é preciso reagir.

As campanhas condicionam os mandatos e alianças espúrias feitas em cima de negociatas e traições não podem de maneira nenhuma resultar em governos comprometidos com os reais interesses de nossa população.

Campanhas milionárias, que compram apoios e votos com recursos de origem não declarada como estamos vendo acontecer em todo o estado de Mato Grosso, terão que ser e serão pagas a custas de corrupção e escândalos como os que, infelizmente, estamos nos acostumando a presenciar. Mas não é possível continuarmos convivendo com esta situação, onde o escândalo de hoje tira das manchetes o escândalo de ontem.

Este estado de coisas precisa mudar sob pena de vermos a corrupção se alastrar como uma infecção generalizada contaminando todo o tecido social e comprometendo a continuidade do nosso processo de desenvolvimento. Não tenham dúvida de que o dinheiro que falta na construção de estradas, hospitais e escolas é o mesmo que engorda os bolsos dos corruptos e têm relação direta com o atraso e carências do nosso povo.

Como candidato a deputado federal vou levar, após a convenção, essa discussão para as ruas. É o meu objetivo fazer uma campanha limpa, sem incorrer nos erros que condeno e sem ferir os princípios que acredito. Entre as minhas propostas, destaco: 1) Fim do sigilo bancário, fiscal e patrimonial de todos os homens públicos. Ninguém precisa entrar para a vida pública. Uma vez nela, tem de ser transparente; 2) Reforma fiscal, para garantir mais recursos diretamente para os municípios. Afinal é neles que as pessoas vivem com suas necessidades e esperanças; 3) Fim das emendas parlamentares individuais, que se transformaram em moeda de troca entre o Executivo e o Legislativo; 4) Orçamento impositivo, porque obriga o governo a executar o que foi aprovado pelo Congresso; e, 5) Fim do foro privilegiado para parlamentares, porque a certeza da impunidade estimula a prática de crimes e leva criminosos a buscar o mandato para ganhar imunidade.

Estas são algumas de minhas bandeiras, esta será a minha luta. Teremos pela frente um embate difícil em que, ao final, caberá ao eleitor decidir que representantes querem para seu estado e seu país. Vou buscar nesta campanha o voto consciente de pessoas que, como eu, acreditam que é possível mudar, que o Brasil, com ética, tem jeito e que Mato Grosso pode mais e pode ser muito melhor.


Rogério Salles
, ex-governador de Mato Grosso, ex-prefeito de Rondonópolis e empresário rural, é pré-candidato a deputado federal pelo PSDB.



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