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Opinião
Quarta - 02 de Junho de 2010 às 09:42
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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A imagem, colocada na internet, de três adolescentes que teriam sido forçados por policiais a dançarem o “rebolation”, causou profundo constrangimento aos homens e mulheres que têm a importante tarefa de fazer segurança pública neste país. Nenhum custodiado, independente do que tenha cometido, pode ser submetido à tortura ou a situações vexatórias, como as veiculadas. Mas a Polícia Militar do Pará, Estado onde ocorreu o abuso, já está buscando a localização dos responsáveis, para puni-los. Isso consola, nas não resolve o problema.

Castigar as pessoas não é função da polícia. Sua tarefa é combater o crime, com o uso da energia necessária, e apresentar os responsáveis às autoridades competentes para aplicação das sanções previstas na legislação. Constitucionalmente, a Polícia Militar faz a trabalho ostensivo e preventivo, a Polícia Civil realiza investigações e elabora os inquéritos e o Poder Judiciário, com base em tudo o apurado e ainda no que pode ser apresentado em juízo pelas partes, estipula as penalidades. Tudo o que foge a essa rotina, é indevido e intolerável.

Mas, temos de levar em consideração que as instituições, criadas para serem perfeitas, são operadas por seres humanos sujeitos a todas as condições e variáveis do meio onde vivem. Nestas condições, alguns deles exorbitam ou transgridem as normas de procedimento profissional e, quando identificados, pagam caro pelo excesso cometido. As corregedorias e a Justiça Militar, em razão de sua especialização e compromisso, costumam apurar e punir os faltosos com maior rigor do que fariam as instituições civis. Desrespeitar o custodiado e cometer falhas graves ou crime, a corporação não admite!

A polícia tem de ser séria e enérgica em sua atuação, pois constitui o último recurso da sociedade para o restabelecimento da ordem. Ela só é chamada quando naufragaram todas as tentativas de entendimento entre as partes e até entre outros agentes do Estado chamados a intervir. Quando não consegue a solução negociada, é obrigada a empregar a força, podendo a ação resultar em feridos e até mortos de ambos os lados do conflito. Mas essa rigidez de comportamento jamais poderá ser classificada como violência e nem como atitude lesiva à convivência social. Pelo contrário, sua ação é em defesa da sociedade.

As corporações, em todos os Estados, agem com grande zelo, apesar das dificuldades salariais e da falta de recursos materiais muitas vezes reclamadas. Os governos, via-de-regra, negligengiam o salário do policial e ignoram o dever de dar-lhes condições de trabalho. Isso estressa e chega a marginalizar profissionalmente alguns componentes da classe. Mas são exceções. A grande maioria dos policiais é feita de homens e mulheres vocacionados que, a pensar das dificuldades, fazem questão de cumprir seus deveres comprometidos com os ideais da corporação e o bem-estar da sociedade..

“Rebolation”, violência e atitudes incorretas, felizmente, são as exceções...

 
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br                                                                



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