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Opinião
Segunda - 15 de Fevereiro de 2010 às 15:41
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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A prisão do governador Jose Roberto Arruda (DF) e a sua manutenção
encarcerado durante o Carnaval, trazem esperança e um certo consolo à população.
Conduzem à sensação de que algo de concreto começa a mudar neste país e que a
cadeia não mais estaria reservada só a pobres e a outros “pês” ou a humildes
ladrões de galinhas ou de potes de margarina. Mas, apesar da idéia positiva, ainda
é pouco, muito pouco, diante do mar de lama na política e na administração
pública, que tem escandalizado e penalizado o povo.

Vizinhos de cela de Arruda e seus quadrilheiros também deveriam estar
todos os que roubaram verbas públicas destinadas à compra de ambulâncias e
equipamentos de saúde (os chamados sanguessugas), os propinadores e os propinados
dos mensalões nacional e mineiro, os malversadores de verbas públicas e até mesmo
aqueles que abusaram dos cartões corporativos do governo. Também não poderiam
estar fora os genuínos picaretas surpreendidos ao transportar dinheiro na cueca,
em malas e em outros esconderijos, quando o correto, se o dinheiro não tivesse
origem duvidosa, seria depositar em conta e movimentá-lo através da rede bancária.
Aqueles patriotas que, em protesto, ocuparam a Câmara Legislativa Distrital, bem
que poderiam dar uma esticadinha também ao Congresso Nacional!

O Ministério Público, a Justiça e a Polícia Federal tem agido
exemplarmente ao apurar sem medo nem favorecimento os crimes que políticos,
agentes públicos, altos executivos e empresários cometem contra a administração
pública e o erário. Pena que, em muitos casos, o vergonhoso corporativismo de
classes, o compadrio político e as brechas legais tenham permitido que esses
verdadeiros ladrões continuem em liberdade e – o pior – em condições de continuar
sua obra criminosa.

É extremamente injusta a idéia generalista que certos setores da
sociedade transmitem ao povo, de que todo político ou administrador público é
ladrão. Nada disso. Há muita gente boa nesse meio que, como apenas cumprem com
suas obrigações, não ganha a mesma notoriedade dos bandidos. A notícia boa circula
devagar, mas a ruim anda à velocidade da luz!

Estamos num ano eleitoral. O único em que o povo tem o direito de
opinar. O Distrito Federal, por conta da atuação da Justiça, já está livre de
Arruda. Mas o eleitorado de lá tem de ficar atento para evitar dar seu voto a
outros do seu grupo ou que, reconhecidamente, se comportem da mesma maneira.
Igualmente, os eleitores de todo o país terão, em outubro, a oportunidade de
eleger o novo presidente da República,  seus governadores, senadores e deputados
federais e estaduais.

É importante, antes de decidirmos por um candidato, verificar quem ele
é, o que já fez (de bom ou ruim), quais suas propostas e se elas coincidem com os
nossos interesses de cidadão. E, logicamente, não votar em quem já tenha se metido
em falcatruas e não tenha a necessária ficha limpa. Essa poderá ser a mais
eficiente forma de consertar o Brasil. Uma revolução do povo, pela pacifica via do
voto...
 
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist.
Social dos Policiais Militares de São Paulo)


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