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Opinião
Segunda - 04 de Junho de 2012 às 06:19
Por: Juacy da Silva

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O crescimento econômico, geralmente mensurado atraés do aumento do PIB de cada país e do mundo em conjunto exerce uma enorme pressão sobre os recursos naturais, onde podemos destacar o solo representado pela expansão das áreas agricultáveis (agricultura e pecuária) e também o desmatamento para a produção de madeira; o sub-solo de onde são extraidos diversos minerais também necessários `a fabricação de diversos produtos; os mananciais representados pelas bacias hidrográficas, os lagos, lagoas, mares e oceanos que também são utilizados para o consumo de água doméstica, industrial, commercial , irrigação e o sistema produtivo em geral, além de produção de alimentos e energia.

Desta maneira, o crescimento demográfico de um lado e o aumento da renda per capita e do PIB dos diversos países de outro acabam determinando os impactos que o crescimento econômico exerce sobre os recursos naturais e o meio ambiente em geral, incluindo os gases oriundos desse processo que são lançados na atmosfera, conttribuindo para a degradação acelerada dos eco-sistemas.

Outro aspecto ja mencionado em artigo anterior é a pressão que o crescimento urbano ou o chamado processo intenso de urbanização que vem ocorrendo no mundo, principalmente a partir de meados do século passado e de forma mais significativa a urbanização que está ocorrendo nos países do chamado terceiro mundo. A partir dos anos oitenta bilhões de pessoas deixaram ou estão deixando o meio rural para formarem verdadeiros cordões de miséria e pobreza em países populosos como a China, a India, Bangladesh, Nigéria, em certo ponto o Brasil e outros países do terceiro mundo.

Todavia, para que esses países atinjam os patamares de urbanização da Europa ou Estados Unidos, ou de aguns países asiáticos como Taiwan, Coréia do Sul, Japão ou mesmo o Brasil, mais alguns bilhões de pessoas deverão deixar o meio rural nas próximas décadas.

Cabe aqui um destaque. Enqanto o processo de urbanização ou a transição de uma economia rural para outra urbana e industrial levou mais de um século, nesses países este processo está ocorrendo em três ou no máximo em quatro décadas.

Muitas pessoas acreditam piamente ou ifluenciadas por uma viseira ideológica que este crescimento econômico acelerado e predador seja uma característica única do sistema capitlista. Dados estatísticos demonstram que também em países que experimentaram uma fracassada experiência de regimes socialistas/comunistas como a ex-URSS ou no caso atual da China, ainda dominada por um partido único que se nutre na ideologia socialista/comunista e em termos econômicos pratica um capitalismo de Estado, também a pressão por recursos naturais em geral e a degradação ambiental em particular está presente como sub-produto de suas expansões.

Enquanto o processo de crescimento econômico da Europa foi dominado pelo colonialismo durante os séculos 18, 19 e 20, quando os países colonizados eram considerados suas propriedades e usados apenas para a extração de recursos naturais ou a produção de matérias-primas ou outros bens in natura, o processo de crescimento econômico de alguns países europeus que não tiveram colônias ou dos Estados Unidos e Canadá que também se inserem neste contexto e a expansão/crescimento econômico dos países denomiandos BRIC (Brasil, Rússia, India e China), também estão pressionando os demais países que são utilizados para fornecerem alimentos, energia e insumos para este processo.

A degradação ambiental decorrente desta “fome” de progresso reprresentado por um consumo de massa e por um consumismo alimentado por uma verdadeira máqina de propaganda e marketing que induzem as pessoas a consumirem de forma compulsiva está em uma verdadeira encruzilhada.

Ou continuamos cultuando o “deus mercado” que só adora os lucros e acumuação de capital pouco se importando com a esteira de destruição e morte que vai deixando ao longo do processo, onde o próprio planeta também apresenta sinais de esgotmento, ou buscamos construir um modelo mais racional que reduza o consumo e o consumismo para que as futuras gerações possam viver com mais dignidade e qualidade de vida. Este deverá ser o pano de fundo da Rio +20, quando chefes de Governo e de Estado e entidades da sociedade civil do mundo todo estarão analisando o que tem sido feito e o que poderá ser feito pelas próximas décadas para termos a verdadeira sustentabilidade e uma economia verde de fato!


JUACY DA SILVA
, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, Ex-Diretor da ADUFMAT, mestre em sociologia, articulista/colaborador semanal de A Gazeta há mais de 18 anos.Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter @profjuacy Blog www.professorjuacy.zip.net



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