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Opinião
Sábado - 02 de Junho de 2012 às 18:21
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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O Congresso Nacional que, por sua morosidade, possui tantas pendências com a sociedade, como a tão necessária regulamentação de dezenas de artigos da Constituição já em vigor e sem solução há um quarto de século, perde seu tempo analisando projetos que pleiteiam a descriminalização e a facilitação do uso da maconha. E o tema é forte, reunindo ferrenhos debatedores tanto a favor quanto contra. Por conta desse movimento, a sociedade agora também é obrigada a tolerar a “Marcha da Maconha” e a conviver com os agravos como o recentemente ocorrido no campus da USP, uma das mais tradicionais universidades do país, que um grupelho queria transformar em território livre para fumar a erva.

O próximo lance dessa perigosa empreitada deve concretizar-se até o final do mês, quando a comissão de juristas que discute o novo Código Penal pretende propor o afrouxamento ainda maior da punição aos usuários. Já que o parlamento é movido a votos, é muito importante que os srs. deputados e senadores, antes de optar, pesquisem muito bem o que a maioria da população pensa sobre o tema. Seria a comunidade “careta” ou “avançada”? E, principalmente, o que representará às futuras gerações as decisões que poderão tomar sobre esse controverso assunto.

O coronel Edson Ferrarini, de São Paulo, psicólogo e detentor de um vigoroso e profundo trabalho anti-drogas, com sua experiência, destaca em sua cartilha que nenhum pais do mundo liberou totalmente as drogas, e considera que cometem “estelionato mental” aqueles que citam Holanda e Portugal como exemplos de liberação. A Holanda, afirma, esta realizando mudanças e reconhece graves problemas de saúde e sociais associado ao uso de maconha e haxixe, e em Portugal não existe a liberação que se divulga. Também cita os exemplos da Dinamarca e da Suíça que, mesmo como países bem organizados e de pequenas populações, enfrentam problemas com as drogas. Especula ainda o que poderia ocorrer com a liberação do consumo no Brasil, com quase 200 milhões de habitantes e enormes diferenças regionais.

É mundialmente consolidada a tese de que a maconha, embora anunciada como uma droga de baixo potencial, constitui a porta de entrada para substâncias mais pesadas e nocivas ao consumidor e à sociedade. Só essa vertente deveria ser suficiente para conter os “modernosos” políticos e lideranças que, na esteira da redemocratização, também passaram a defender a democracia da droga. É muito difícil aos verdadeiros policiais, que a vida inteira receberam treinamento para combater as drogas, terem, agora, de comparecer às passeatas e garantir a segurança aos transgressores que, ostensiva e desafiadoramente, gritam “maconha é uma delícia”.

A sociedade precisa evoluir mas, com certeza, essa evolução não será conseguida através da maconha ou de qualquer outro narco. Sua liberação é uma temeridade...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br   



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