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Opinião
Sexta - 28 de Fevereiro de 2014 às 15:28
Por: Thiago França

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Infelizmente o carnaval não é apenas palco de diversão, descontração e confraternização de alegria e sentimentos. O carnaval é também palco de muitas demonstrações de violência e falhas humanas, tendo como principal delas a violência no trânsito, que todos os anos resultam em inúmeras vidas perdidas.

Os acidentes ocorridos nos últimos anos deixam claro que o principal motivo das ocorrências dos mesmos foi à imprudência no trânsito e consumo de álcool, provando que bebida e direção não se misturam.

O carnaval é possivelmente a época do ano em que é registrado o maior número de violências no trânsito. Uma avaliação feita pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas (IPEA) revelou que, somente com acidentes ocorridos durante esse período de folgança ruidosa denominado de carnaval, são esperados prejuízos superiores a R$ 200 milhões.

Esse custo pode representar uma participação superior a 1% de tudo aquilo que, anualmente, é contabilizado como externalidades decorrentes do transporte.

No carnaval passado, apenas nas estradas federais foram 4.165 acidentes, com 2.441 feridos e 213 mortos. Segundo estudos do IPEA, mais dois terços de pessoas feridas perdem a vida nos trintas dias subsequentes ao acidente.

Vale ainda especial registro quanto aos acidentes com motocicletas, que alcançaram grande destaque nos dias de folguedos carnavalescos, quando o número de acidentes com feridos e óbitos aumentou de forma assustadora superando os 30%.

Tendo em conta a média dos últimos cinco anos, 188 pessoas poderiam estar perdendo suas vidas nas festas carnavalescas de 2014. Essa projeção do Instituto Avante Brasil é, no entanto, puramente numérica (estatística). O número real pode ser maior ou menor, porque depende da concorrência de muitos fatores: intensificação da fiscalização em virtude da lei seca, quantidade de deslocamentos, o aumento da frota etc.

O fato e que, infelizmente, de acordo com os especialistas, metade das mortes por acidentes no transito estão relacionadas ao uso do álcool, acontecendo nos finais de semana e envolvendo motoristas jovens.

"E nós, motoristas que estamos acordando para nossas reais responsabilidades, somos parte disso"

Estamos convencidos que um trânsito agradável e seguro se faz de motoristas conscientes. E nós, motoristas que estamos acordando para nossas reais responsabilidades, somos parte disso.

Nos dias atuais, infelizmente, quando ouvimos a palavra trânsito, não sentimos as coisas boas ou agradáveis que todos nos gostaríamos, e é até natural que isso aconteça, diante de tantos exemplos que gostaríamos de esquecer.

De um modo geral, nós temos esquecido que as nossas decisões e a nossa vontade são capazes de transformar para melhorar a realidade em que vivemos. Por isso, a partir de agora nós nos determinamos a mudar o trânsito para melhor, porque nós temos o poder de mudar as coisas, se quisermos que assim seja.

Não vacile nesse carnaval! Não deixe se levar pelo “Ó abre alas que eu quero passar…”. Ao contrário, seja prudente. Devagar também se chega! Dê uma pausa para todo nosso histórico autoritarismo assim como para toda violência que está dentro de nós.

Faça sua parte enquanto cidadão, enquanto ser humano! Que a quarta-feira de cinzas signifique apenas o fim de mais um carnaval e não o fim da vida!



Autor

Thiago França

THIAGO FRANÇA é secretário-adjunto de Trânsito e Transporte de Cuiabá/ Conselheiro do Conselho Estadual de Trânsito

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