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Opinião
Quinta - 22 de Maio de 2014 às 09:41
Por: Moisés Martins

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O deus da mitologia grega Dionísio, após um banquete de orgias, onde conseguiu através do vinho e da alegria dar vazão aos seus instintos, principalmente os de fantasias, abençoou a todos que produzissem bebidas e promovessem alegrias, no seu reinado.

Talvez, em Cuiabá e quiçá no Brasil, durante o período da Copa do Mundo, estejamos a viver um período dionisíaco, pois as expectativas são grandes, numa mistura de apreensões e alegrias, muitos que como eu estão torcendo para que seja mais alegria que frustrações.

Deixando de lado a mitologia grega, e penetrando no realismo do viver, deparamo-nos com um evento de maior importância, talvez no cenário mundial, qual seja a realização da Copa do Mundo no País do futebol, que por cinco vezes conseguiu sagrar-se campeão do mundo.

Tudo muito alegre e tudo muito bonito, porém as dificuldades acampam em todo território nacional, principalmente a falta de segurança, a miséria e a fome, num País que possui um Estado como o de Mato Grosso, campeão da soja, do gado e das belezas naturais. "Talvez, em Cuiabá e quiçá no Brasil, durante o período da Copa do Mundo, estejamos a viver um período dionisíaco, pois as expectativas são grandes, numa mistura de apreensões e alegrias, muitos que como eu estão torcendo para que seja mais alegria que frustrações"

Será que a conquista do hexa será suficiente para dionisiacamente, resolver nossos problemas cruciais?

Você que está haurindo da famigerada bolsa família, e outros projetos dionisíacos, que visam tapear o brasileiro, com migalhas que são derramadas das mesas, onde os tri e bilhões de reais estão a correr?

A Polícia Federal tem feito sua parte e o Supremo Tribunal de Justiça, também, abrilhantado pela figura iluminada de Joaquim Barbosa.

O Monte Arafat, se bem que de forma depreciativa, foi lembrado, recebendo a Arca de Noé com toda sua bicharada, de governador, prefeito, secretário estadual a deputado estadual e tenho quase certeza de que vem mais. A Papuda deve passar por uma ampliação, pois seus hóspedes serão muitos.

Mas... e a Copa do Mundo na visão nacional? Cabem algumas perguntas para reflexão: Será que o organismo nacional rendeu-se aos sabores e desejos da Fifa? Será que é mais importante a Copa do Mundo que hospitais com infraestrutura digna e médicos ganhando nem que seja 1% do que ganha um jogador de futebol da Seleção?

De forma idêntica um professor, que é “a mão que embala e dirige o destino do mundo?”. Será que temos condições de hospedagem e segurança para nossos turistas estrangeiros? Será que temos segurança das estruturas físicas dos nossos estádios?

E, por último, acabada a festa, será que teremos público, citando, por exemplo, em Cuiabá, onde num clássico Santos e Atlético Mineiro compareceram apenas 18.000 pessoas, para um estádio com a capacidade de abrigar 41.000?

Será que reprisaremos o exemplo fatídico da Copa do Mundo na África, onde magníficos estádios foram construídos, num País onde a miséria, a fome e a doença estão a grassar a população?

Não sou contra a Copa do Mundo, no mérito, porém discordo da forma da sua execução, pois não deveria ser através dos impostos que nós, brasileiros, pagamos viessem a arrecadar tri e bilhões de reais, numa economia onde o leão da inflação está a rondar?!

Torço muito para que eu esteja errado, e que meu sonho dionisíaco não me decepcione, porém a medo da frustração ronda meu desejo!

Como prova disto, cheguei a elaborar a composição de uma música sobre a Copa do Mundo em Cuiabá: “He he he há/ Copa do mundo em Cuiabá./ 2014, não tem pra ninguém, bola na rede, rede dos peixes também./ A Copa do Pantanal é internacional, o esporte por ideal, uma só língua no Brasil Universal/ É o berrante dando clarinadas, gado correndo nas invernadas/ Copa de todas as idades no Santuário da Humanidade./ Cuiabá do calor aconchegante onde todos darão grito de gol/ do nosso futebol contagiante, unindo os povos de todos quadrantes. (He He Boi é a Copa do Mundo no Pantanal!)



Autor

Moisés Martins

MOISÉS MARTINS é dentista, historiados, foi secretário de Cultura de Cuiabá

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