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Opinião
Terça - 20 de Janeiro de 2015 às 11:26
Por: Eduardo Póvoas

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Comentei com um amigo que iria escrever sobre o fuzilamento do traficante brasileiro Marco Archer na Indonésia e ouví desse amigo que eu não fizesse isso, pois levaria “porrada” de todos os lados.

Como não sou filho de pai assombrado, vou por novamente minha cara a tapa, pois sinto a necessidade de fazê-lo.

Escreverei sobre um fato envolvendo um traficante, não um herói!

Portanto, se você que me lê faz parte de algum grupo de anistia internacional, se é admirador de pedido de clemencia à traficante, pare por aqui! Não é pra você que escrevo!

Escrevo para um pai, uma mãe e uma família destroçada pela droga.

Escrevo para uma família que não tem mais nenhum eletrodoméstico na sua casa, todos roubados por seus filhos para vendê-los e com o dinheiro comprar a maldita droga.

Escrevo para um pai e uma mãe desesperados que já chegaram ao ponto de acorrentar seus filhos no pé de uma mesa ou uma cama para livra-los da droga. "A Anistia Internacional deveria perguntar aos pais e mães indonésios como ficariam seus filhos se esses 15 quilos de cocaína fossem oferecidos a eles"

Escrevo para uma mãe e para um pai que não tem mais nenhum centavo no bolso, gasto nas clinicas de recuperação de dependentes químicos.

Escrevo para um pai idoso e desesperado que ameaçado por um filho dependente, se arrisca no calar das madrugadas, obrigado por ele, a se dirigir às bocas de fumo para conseguir a droga que o saciará.

Escrevo para uma mãe que em cima de um fogão ou de uma maquina de lavar roupas derrama suas últimas gotas de lágrimas implorando a Deus que livre seu filho da maldita droga.

Escrevo para as mães e os pais indonésios que teriam seus filhos vítimas dos quase 15 quilos de cocaína que estavam entrando no país.

A Anistia Internacional deveria perguntar aos pais e mães indonésios como ficariam seus filhos se esses 15 quilos de cocaína fossem oferecidos a eles.

Deveriam a Anistia Internacional e os chefes de Estado que pedem clemência a traficantes ajudar financeiramente às famílias destroçadas e esfarrapadas que têm no seu bojo um dependente químico.

Fazer carnaval com chapéu alheio é fácil!

Deveríamos ficar perplexos com as milhares de execuções de mulheres, idosos e crianças praticados pelos inúmeros grupos de terroristas mundo afora, isso sim.

Sugiro uma reportagem aos canais de televisões deste país. Procurem os maiores traficantes entreviste-os e pergunte a eles se depois dessa execução aceitariam entrar com uma encomenda de 15 quilos de cocaína na Indonésia.

Alguns poderiam até “topar” a empreita, mas garanto-lhes que vão contar até 10!

Ainda bem que “desconvidei” no inicio membros de anistia internacional para continuar a ler este artigo, pois se ao contrario, me contestariam na minha defesa de pena de morte a latrocínio, estupro e tráfico de drogas.

Viriam com a teoria de que nos estados americanos onde há pena de morte, os índices de criminalidade não se alteraram. Ah dá licença!

E você, novo membro do Congresso Nacional? Tem medo da anistia internacional, do pedido de clemencia de chefe de estado à traficante, ou terá coragem nos seus quatro anos de mandato, atender a maioria da população deste país nesse sentido?

Terá nada, a grande maioria vai “jogar” para a plateia.

Para compreender este artigo, você precisaria ter um dependente químico na família. Prefiro que você nunca me compreenda!



Autor

Eduardo Póvoas

EDUARDO PÓVOAS é dentista em Cuiabá

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