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Opinião
Terça - 28 de Junho de 2016 às 12:32
Por: Renato de Paiva Pereira - é empresário e escritor em Cuiabá.

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O comunismo está quase extinto.Sobrevivemdoisícones que representam esse pensamento político:Fidel Castro em Cuba e Kim-Jogn-Um, atual representante da dinastiaKim, na Coreia do Norte.

Os países quelideram vivem na pobreza, embora eles desfrutem de grande opulência à custa da miséria do povo.

Esse sistema político não deu certo em nenhum país, embora tenha sido tentado em vários. Mesmo assim, àsvezes, aparece um ou outro adeptoque teima em sobrepô-loao capitalismo, sabidamente vitorioso em todo o mundo.

O marxismo despreza os que progridem individualmente, por isso deprecia o burguês, verdadeiro embrião do moderno empreendedor e criador das condições que levaram à revolução industrial

Agora mesmo, apareceu na mídia local um artigo, cujo mote é a censura a algumas fotos de mulheres nuas, mas que chama a atenção mais pela escolha dos argumentos que pela ideia central.

O texto traz uma estranhaapologia à cultura indígena, que seria mais interessante que a civilização.

Louva o hábito dos índios andarem nus, esquecendo que só andam assim porque não atingiram ainda o patamar civilizatório que lhes permita fazer roupas.

Quem andapelado, se não for adepto do nudismo, é porque está em estágio atrasado do processo civilizador.

Outro fato interessante foi a retomada do termo burguesia já quase esquecido do linguajar atual. No artigo estáusado, no sentido pejorativo que lhe atribuiu o marxismo, embora seu significado original nada tenha de negativo.

Afinal, foram os que contestaram o clero, a nobreza e o feudalismo, preparandoo terreno para a entrada do capitalismo, responsávelpela prosperidade que experimentamos.

O marxismo despreza os que progridem individualmente, por isso deprecia o burguês,verdadeiro embrião do moderno empreendedor e criador dascondições que levaram àrevolução industrial.

Dessa sementesurgiram o sistema bancário e a intrincada teia comercial que une o mundo.

Para depreciar esse indivíduo que saía do proletariado na busca de progresso, atribuíram-lhe a pecha de ganancioso, mesquinho ou vulgar.

Escreve o professor no artigo citado “o fedor dessa classe social”e o “cinismo burguês”,como se desvirtudesfossemprivilégio ou monopólio dos burgueses.

Parece esquecer que os defeitos ou vícios estão igualmente distribuídos entre todas os extratossociais.

Quem acha que a burguesia (empresários, banqueiros, profissionais liberais, gerentes etc.)fede não devia usar carro, transporte público,celular, avião etc.,produzidos por empreendedores ousados do mundo capitalista que são os burgueses de hoje.

Convinha ainda evitar shoppings,hotéis, restaurantes,lojas comerciais, comprarouligar a televisão, pois tudo isso é oferecido pela ação dosmodernos “burgueses”,que o professordesmerece e agride.

Sem eles (os burgueses),talvez ainda estivéssemos submetidos ao clero, aos nobres e aos senhores feudais. Ou, quem sabe, vivendo em sociedades inspiradas nas comunidades indígenas.

A maior parte desses burgueses que o cronista acha fedidos saiu da classe trabalhadora. Simplesmente vislumbraram oportunidades, investiram no sonho, preparam-se, estudarame correram riscos.

São os que não nasceram “nobres”, mas, pelo esforço próprio, deixaram o proletariado.

No sentido original e positivo da palavra, o professor articulista, destacando-se do trabalhador comum pelo desenvolvimento intelectual, é um autêntico burguês.

E, com certeza, não fede. 



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