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Opinião
Sábado - 09 de Julho de 2016 às 17:48
Por: Onofre Ribeiro

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Nesta quarta-feira, dia 6 de julho, completaram 10 anos da morte de Dante de Oliveira. Teria hoje 64 anos. Morreu repentinamente. Foi sem avisar. Sua ausência interferiu profundamente na condução política do Estado dali por diante.

Tinha sido deputado estadual, federal, prefeito de Cuiabá por duas vezes e governador também por duas vezes. Na segunda saiu pra candidatar-se a senador em 2002, mas não foi eleito.

No governo foi substituído por Blairo Maggi, produtor rural. Blairo patinou muito no governo até acertar o tom. Blairo e Dante foram amigos, mas no correr da campanha se arranharam e Dante não teve qualquer participação no governo.

As Diretas-Já, em 1984, deram-lhe o reconhecimento nacional e mundial. O Brasil e o mundo queriam o fim do regime militar, já bastante desgastado

Ao contrário, foi vitimado logo no começo com uma denúncia de “caixa preta”, que acabou nunca sendo esclarecida. Motivou até um pedido posterior de desculpas pessoais do governador Blairo à família de Dante.

Imagino que se estivesse vivo, certamente teria pautado alguns temas relevantes na gestão Blairo Maggi e Silval Barbosa, assim como na gestão Pedro Taques que tem errado tanto.

A principal característica do jeito Dante de governar era ouvir. Provocar pra ouvir. Só depois de ouvir muito em questões complexas, é que decidia. As chances de erros eram menores.

Além de um núcleo próximo de extrema confiança, Dante tinha alguns interlocutores dentro da sociedade.

Disse-me ele próprio, que num certo momento do primeiro governo (1995/1998) que ao lado do ex-governador Garcia Neto, do presidente da Federação das Indústrias de MT, Catonho Garcia, eu era um desses interlocutores.

Longas conversas. Dante ouvia sem interromper o interlocutor, mas gostava de frases curtas e bem resumidas.

Nada de converseiros. Aproveitava bem o seu tempo, dos interlocutores ou da equipe.

Nesse tipo de conversa falava muito menos dos os seus interlocutores. Não tinha o hábito de querer ensinar.

As Diretas-Já, em 1984, deram-lhe o reconhecimento nacional e mundial. O Brasil e o mundo queriam o fim do regime militar, já bastante desgastado.

A emenda à Constituição propondo eleições diretas para presidente da República, em 1985, atendia ao sonho pela redemocratização.

Não passou no Congresso, mas imensos comícios Brasil afora desgastaram o regime e em 1985 o poder saiu das mãos do militares depois de 21 anos.

Curioso, é que, em casa, Dante sofre contestações. Lá fora é uma unanimidade.

Que falta você faz, Dante!



Autor

Onofre Ribeiro
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br

É jornalista em Cuiabá.

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