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Opinião
Segunda - 18 de Julho de 2016 às 08:04
Por: Auremácio Carvalho

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As crianças modernas estão em solidão, alienadas do meio social e não sabem brincar, nem também se relacionar com seus colegas de escola, pois passam o tempo todo no celular em mensagens ou acesso de games.

Falam e dialogam com a máquina, mesmo que o/a colega esteja no mesmo ambiente.

Em restaurantes ou outros espaços públicos - inclusive em templos de igrejas, a criança/adolescente e até o adulto, não conseguem se concentrar ou ouvir e prestar atenção ao que está sendo dito ou pregado, pois o celular toma todo o tempo e atenção.

O brincar, para a criança, é a expressão da sua relação com o mundo e desenvolve o sua vida integralmente: o pensar, o sentir e o agir através da formas criativas de interação.

A pressa moderna, excesso de estímulos e tecnologia, bombardeiam a criança e pode refletir em crianças hiper estimuladas, que reagem a estes estímulos desequilibradamente, sem um direcionamento natural ou saudável

Esse isolamento autoimposto e excludente de sociabilidade, está levando a formação de uma geração de crianças/adolescentes "autistas" e alienados do mundo, portanto, facilmente manipuláveis, inclusive, pelo próprio celular através das redes sociais infinitas que proliferam a cada dia.

Os casos de pedofilia, de arregimentação de crianças e adolescentes para o crime organizado, o tráfico e outros atos ilícitos são facilitados pelo livre acesso a rede mundial da internet, pelos criminosos que conhecem e usam táticas sutis de enganar as crianças/adolescentes; pois os pais, pelo corre-corre da vida, não conseguem monitorar esses contatos e vídeos, recebidos e mandados, inclusive de nudez de crianças/adolescentes com consequência graves, até de suicídio, quando os "vídeos íntimos" são divulgados mundialmente na rede.

São comuns casos de fuga do lar para encontrar parceiros que, se revelam, no contato visual totalmente diversos do perfil mandado pela internet; na maioria dos casos, dizem os registros policiais, são maiores de idade e pedófilos, ou traficantes de pessoas.

Ao exigirmos em excesso o desenvolvimento intelectual, a vitalidade é direcionada para o pensar prejudicando um desenvolvimento pleno saudável.

Hoje, o ambiente em que estão inseridas, muitas vezes não é propício para o seu desenvolvimento saudável.

A pressa moderna, excesso de estímulos e tecnologia, bombardeiam a criança e pode refletir em crianças hiper estimuladas, que reagem a estes estímulos desequilibradamente, sem um direcionamento natural ou saudável, criando a possibilidade de serem julgadas por mau comportamento até hiperatividade, pela escola e pais.

Do apartamento (vídeo games, televisão, computador e celulares) para o shopping, é a rotina padrão.

Assim, o que resta para fazer é o estímulo intelectual criando essa ansiedade nos pais de medirem seu desenvolvimento pelas notas e comportamento escolar; pela exposição de crianças e sua erotização precoce em programas de TV e outros ambientes.

Mas, muitas vezes as crianças com bom rendimento escolar estão apáticas e tristes, solitárias e excluídas pelos colegas ou vítimas de preconceitos.

A infância está sofrendo um verdadeiro massacre… mídia, grupos de pressão, propagandas perigosas, internet; infelizmente, sem maior atenção do poder público e autoridades que poderiam coibir tais práticas.

Precisamos trazer a criança para a realidade social e comunitária do seu ambiente, tirando-a da alienação atual, estimulando desde um brincar saudável até atividades da casa como cozinhar, ajudar na limpeza do seu quarto, dialogar com os pais, amigos e colegas, e atividades com significado social e cultural.

Não sou contrário ao uso, cada vez mais, da tecnologia pela criança e adolescente; mas isto não pode redundar em escravidão mental ao novo mundo, ao manuseio em excesso, ao isolamento familiar e social.

O domínio dessa nova tecnologia é essencial para uma vida profissional futura, mas não, para a criação de "analfabetos virtuais"; jovens e adultos inseguros, verdadeiros párias do mundo moderno. Tecnologia não é incompatível com uma vida saudável e de significado social, cultural e profissional.

Pelo contrário, são complementares e devem caminhar juntas. A educação é um seguro para a vida e um passaporte para o futuro da criança, para sua felicidade, para o seu pleno desenvolvimento humano.

Princípios e valores se aprendem ou se perdem na infância.



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