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Opinião
Segunda - 15 de Agosto de 2016 às 07:08
Por: Renato Gomes Nery

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O dia 11 de agosto é comemorado com o dia do advogado. Neste ano como em anos anteriores, o referido dia. é festejado com loas de toda ordem e de todos os tons para este profissional, sem se pensar na indigência intelectual por que passa a advocacia brasileira vitimada pelo mercantilismo destemido e desmedido que fez vicejar faculdades de direito nos rincões mais remotos deste Brasil varonil.

Peço ao leitor que pense em alguma faculdade de direito que conheça no interior do Pais, com raríssima exceções, e me confirme se lá, ao menos, tem condições de ter corpo docente (professores) capaz de ministrar aulas para os alunos desta faculdade. Bendita Internet que nos informa de tudo - noticia no site NOTÍCIAS que o representante da OAB no Conselho Nacional de Justiça - Jefferson Kravichychyn afirmou, no ano de 2010, o seguinte: “Temos 1.240 faculdades de direito. No restante do mundo, incluindo a China, Estados Unidos, Europa e África, temos 1.100 cursos, segundo os últimos dados que tivemos acesso”.

A força da grande quantidade de formandos estão derrotando tudo, inclusive abrindo acesso os cargos públicos que são vítimas da demanda exacerbada

Quer mais, a mesma Internet já nos informa, também, que hoje temos 1.301 faculdades de direito. O Blog Exame de Ordem noticia que a coisa mais fácil é entrar numa faculdade particular, pois o critério de admissão é a capacidade de pagamento e não a capacidade intelectual, com exceção das faculdades públicas e de algumas particulares. Que o compromisso não é com educação, mas com o fluxo de caixa.

Quem diria que chegaríamos neste pântano! O Brasil que começou com Coimbra e passou por Recife e pelo Largo de São Francisco, hoje é vitima deste nefasto gigantismo. O direito é um mundo sem fim de conhecimentos consolidados ao longo do tempo. É preciso ter talento e preparo para fazer um curso de direito. Ele é para quem gosta de ler e, sobretudo de escrever.

Quem não ler não escreve, assim como quem é surdo não fala. O Exame de Ordem é um freio para a demanda que chega ao mercado de trabalho. Entretanto, a força da grande quantidade de formandos estão derrotando tudo, inclusive abrindo acesso os cargos públicos que são vítimas da demanda exacerbada. Que será da advocacia (o que já é), dos cargos públicos afeitos a classe e, sobretudo do Poder Judiciário, vítimas de indigência mental saídas das faculdades de direito do Brasil?

O cidadão que tudo assiste e tudo paga vai arcar com os serviços cada vez piores que lhes são prestados. É neste cenário que Pindorama almeja sair do Terceiro Mundo. É por estas e outras contradições severas que o País precisa ser reformado integralmente, pois é vítimas do delírio, da insensatez, da incúria, de erros e desacertos infindos. A lucidez e razão nos abandonaram. É preciso regatá-las urgentemente.



Autor

Renato Gomes Nery
rgenery@terra.com.br

É advogado em Cuiabá.

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