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Opinião
Sexta - 24 de Março de 2017 às 07:22
Por: Renato Gomes Nery

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O VLT – Veículo Leve Sobre Trilho – foi lançado em 2012 para ficar pronto em 2014 junto com tantas obras para a Copa de Mundo, com os jogos que iriam ter Cuiabá como sede. Lá se vão quase 05 anos e tal modal continua uma miragem cada vez mais distante.

Um mar de boas intenções, de grana, muito grana já foi pelo ralo. As únicas coisas dignas de notas – além dos boatos de desvio de dinheiro publico - foi o deserto deixado pelo corte puro simples de mais de 2.000 árvores que embelezavam as cidades de Cuiabá e Várzea Grande.

No mais, resta uma vala aberta na maior parte de seu percurso. Sem falar que várias ruas e seus comércios que foram inviabilizados. Viver-se-ia muito melhor sem este elefante branco. No mais, são duas cidades inviabilizadas por promessas e mais promessas de que se vai arrumar outro rio de dinheiro para terminar este malfadado VLT.

A ferida está aberta no solo na extensão do VLT nas duas cidades

Dinheiro este que, ao menos na prática não apareceu. Tente deslocar fora do eixo da Avenida Miguel para encontrar uma cidade inviabilizada por um trânsito engarrafado e caótico. Somente para citar um exemplo, aventure-se ir ao Bairro Coxipó uma tarde destas para comprovar o que estou dizendo. Um pouco de história nos lembra de que o modal aprovado era o de um corredor de ônibus (BRT) que inclusive já tinha sido aprovado e foi desaprovado pelo Governo anterior.

Este mais viável, mais barato e mais fácil de ser implantado, pois bastava o corredor que os ônibus já existiam e continuariam a transportar com preços confortáveis. O outro (VLT) apropriado para deslocamento ininterrupto de grande contingente urbano. Não se conhece nenhum que foi implantado em cidade de pouco mais de 500.000 habitantes. Com agravante de ser 03 vezes mais caro, com passagens caríssimas que teriam que ser subsidiadas pelo Poder Público.

A imprensa que noticiava que obra iria custar 1,5 bilhão, afirma que já se gastou 1,6 bilhão e não foi concluída. “Precisamos de dinheiro da União Federal. Estamos buscando juntos construir uma operação de crédito. Recebemos do presidente o sinal positivo no sentido de que a União estará conosco para terminar esta obra”( Governador do Estado – site Mídia News 21.03.2017).

Esta cantilena é antiga e já se passaram 03 anos da data em que o modal VLT estaria pronto. Com todas as dificuldades de um País em crise, alguém acredita que a obra será viabilizada! Duvido! É preciso ter a humildade de encarar a situação e tirar “as duas cidades do buraco no meio”.

As probabilidades de o referido modal ser concluído são muito remotas e a população continuará a conviver com as cidades inviabilizadas por erros e irresponsabilidade de autoridades publicas que as enterrou na fenda do VLT. E Autoridades atuais que parecem não querer ver a gravidade do problema, continuam a acreditar no conto de fadas de que um dia ainda irão implantar definitivamente o modal inviável do VLT a custos proibitivos.

Errar é humano, mas permanecer no erro, “data vênia”, é burrice. Sem querer ser professor de Deus, mas como cidadão comum - que estará pagando neste ano um IPTU proibitivo - com direito a manifestação, acho que uma atitude sensata seria examinar o problema em toda a sua extensão para chegar a conclusão de que a besteira está feita e que é necessário fazer do limão um limonada. A ferida está aberta no solo na extensão do VLT nas duas cidades.

É, portanto, muito mais fácil e barato asfaltar esta malfadada fenda e fazer dela um corredor de ônibus, ressuscitando o BRT, dando a cidade uma mobilidade urbana digna deste nome. É preciso para isto ter ousadia, espírito publico e não ter medo de tomar decisões. A população das duas cidades que estão “de pernas para ar” espera por este gesto. Não vejo outra solução! Com a palavra os responsáveis para nos tirar deste caos!

Renato Gomes Nery é advogado em Cuiabá-MT – e-mail – rgnery@terra.com.br



Autor

Renato Gomes Nery
rgenery@terra.com.br

É advogado em Cuiabá.

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