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Opinião
Quarta - 26 de Abril de 2017 às 07:19
Por: Hélcio Corrêa Gomes

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Na juventude se tem riqueza de saúde, mas condenada à extinção com os anos. Aqui não é difícil acelerar tal declínio com alimentação inadequada. Tem tempo que pesquisas nutricionais associam altas ingestões de gorduras, açúcares e carboidratos aos problemas prematuros de saúde. Vale frisar que a razão não costuma guiar a conduta alimentar. Tem tantos vieses que levam aos erros e doenças metabólicas. A regra mais usual parece indicar que o homem prefere morrer a trocar um hábito alimentar.

Pesquisa cardiológica da Universidade de Boston (EUA), publicada neste mês, na revista científica norte-americana Stroke, apontou mais um vilão, o refrigerante diet, que se interliga ao risco de derrame cerebral (AVC) e de demência precoce. Basta consumir diariamente um diet para correr três vezes mais riscos de problemas cerebrais. AVC após 45 anos e demência senil após 60 anos, segundo a pesquisa cardiológica referenciada.

Vale anotar que isto mão valida possível retorno ao refrigerante adoçado com açúcar refinado, pois permaneceu inalterada as incidências em acidentes vasculares em geral e que podem refletir no cérebro.

A novidade fica que adoçante artificial atinge com danos e diretamente o cérebro. A etapa a seguir da pesquisa de Boston é provar relação de causa e efeito imediato. Mas tudo já indica que consumo de refrigerante diet vai se confirmar como um fator prevalente e prejudicial. Difícil acontecer surpresa ou que ele faz bem ou menos mal.

Há hábito brasileiro do cafezinho com adoçante artificial, que virou costume nacional, onde a pessoa acha que ele faz menos mal que o açúcar comum. Dados da área de zootecnia para melhoria da produção alimentícia de origem animal, anda analisando nos últimos 10 anos os rompimentos vasculares, que passaram desapercebidos em falecidos - micros lesões arteriais por adoçantes, soldadas pelo que se chama erroneamente de colesterol ruim. Aqui os remendos arteriais, que não são poucos, perdem em termos de danos tão somente ao fumo e drogas outras.

O açúcar industrializado é ingrediente novo na dieta humana. Ao longo da história se obteve quantidade limitada de alimento adocicado por frutose e mel. Após a produção do açúcar de cana, já no final do século XIX, o consumo dele era de apenas 02 quilos por pessoa. Atualmente já atinge 37 quilos anuais, segundo o Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier na França. Algo bem assustador.

A medicina tem vasto repertório com problemas provocados por ingestões altas de açúcar. Obesidades, diabetes 2 etc. E mais um que foi adicionado no tempo recente pela Universidade da Califórnia (EUA), que comprovou diminuição das conexões nervosas e atrapalho significativo da memória e aprendizado nos mais jovens.

Não se prega a abstenção do açúcar na dieta, mas sua limitação por defesa inerente ao interesse da saúde coletiva. Afinal, doença cardiovascular como maior causa morte no Brasil já ficou responsável por 67% dos gastos no Sistema Único de Saúde (SUS), que se aliados aos da hipertensão, da diabetes e tratamentos hospitalares de AVC já patrocinaram em 2016 dispêndios na ordem de R$ 3.256 bilhões. Tudo evitável, na maior parte, com melhoria na alimentação e menor ingestão de refrigerante e adocicado, que forma geração de intoxicados ou envelhecidos prematuramente no contemporâneo.

Hélcio Corrêa Gomes é advogado. E-mail: helcio.mt@gmail.com



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