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Opinião
Quinta - 01 de Novembro de 2018 às 07:17
Por: Onofre Ribeiro

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Historicamente, as bancadas eleitas pra Câmara dos Deputados e pro Senado Federal têm deixado muito a desejar no desempenho dos mandatos em relação a Mato Grosso. Estado periférico com oito deputados federais, 24 estaduais e três senadores, poucas vezes teve destaques. No final do século passado dois relevantes destaques: senador Filinto Muller o deputado federal Dante de Oliveira. No mais, passagens mornas de deputados e senadores.

Na eleição de 2018 houve importante renovação: sete deputados federais e dois senadores. Na paupérrima Assembléia Legislativa renovaram 14 dos 24 deputados estaduais. O que isso poderá representar de efetivo pro Estado?

Todos os estados federados tem 3 senadores. Já deputados federais são proporcionais à população. Mato Groso tem oito. Na prática são oito mandatos voltados pra si mesmos. Raramente tomam uma causa estadual. Vamos ao próximo exercício de 2019 a 2022. Período de intensa reconstrução do país, parlamentares terão protagonismo ou perderão inesquecível oportunidade de entraram pra história.

De fato Mato Grosso tem hoje um forte protagonismo econômico dentro da economia brasileira. Mas não adiantará nada se os parlamentares continuarem no 'chororô' de sempre

O Senado, por exemplo. Eleitos Selma Arruda com mais de 678 mil votos. Jaime Campos com 490 mil. Oito anos de mandato. Um sem experiência e outro com experiência política anterior, inclusive a de já ter sido senador de 2006 a 2014. Mandato morno. Ter experiência no Congresso Nacional renovado sob a égide de um novo país saindo das cinzas, só significará alguma coisa se estiver conectado com as percepções do novo eleitor e do novo brasileiro em formação. Já Selma Arruda, eleita com base nas ações como juíza no combate a corrupção e na colagem de sua candidatura a Jair Bolsonaro, tem muito futuro. Isto é, se conseguir conectar-se com o novo papel de um senador. Ser caçadora de corruptos em Mato Grosso é currículo paroquial.

Se em Brasília a senadora colar na bancada bolsonarista e abrir mão do protagonismo de ideias e de ações efetivas, morrerá no começo do mandato. Exemplo da senadora Serys Slhessarenko (2003 a 2010). Política de carreira exemplar, deixou-se encantar pelo PT de Lula e foi engolida. Não adiantou a sua história pessoal. O próprio PT se encarregou de destruí-la. Não foram os eleitores mato-grossenses.

Aqui vai o alerta final. De fato Mato Grosso tem hoje um forte protagonismo econômico dentro da economia brasileira. Mas não adiantará nada se os parlamentares continuarem no "chororô" de sempre. Reclamam, reclamam e não se mobilizam coletivamente pelos interesses do Estado.

Ou se luta em conjunto tendo Mato Grosso como a causa parlamentar coletiva, ou continuaremos ouvindo esse vitimismo que nunca deu resultados. No âmbito do governo federal o que não faltam são chororôs de todos os estados. Chororô não é respeitado. Protagonismo, sim!

Concluo: os parlamentares de Mato Grosso se imponham pela força do conjunto, ou teremos perdido mais uma eleição para o Congresso Nacional. Atraso de décadas na história do Estado.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.



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