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Opinião
Domingo - 25 de Novembro de 2018 às 10:49
Por: Onofre Ribeiro

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Desde que terminou a eleição de 2018, declarações do senador eleito Jaime Campos trouxeram pra discussão a ideia de se taxar o agronegócio estadual pra sanar os problemas de caixa do governo. O que pareceu no primeiro instante só uma revanche eleitoral, ganhou as discussões. A Assembléia Legislativa e a burocracia estadual entraram na conversa.

De sua vez, o agronegócio se revela despreparado pra discutir os seus interesses. Gradualmente cria-se na sociedade um preconceito burro contra quem produz em Mato Grosso.

Aqui entra a conversa deste artigo. Desde o segundo governo Dante de Oliveira, de 1999-2003, Mato Grosso ganhou fama de ter um bom ambiente pros negócios. E eles de fato aconteceram e se multiplicaram nas duas gestões Blairo Maggi (2003-2010). Já na gestão Silval Barbosa a burocracia da Secretaria de Fazenda ganhou vida própria e decidiu confrontar os possíveis investimentos. Grandes investidores deixaram Mato Grosso ou preferiram apostar em Goiás e Mato Grosso do Sul.

Quase expulsos. Fraco politicamente, o governo Silval não enfrentou a burocracia fazendária.

Conclusão: Mato Grosso ganhou má fama como estado arriscado pra investimentos. Na gestão Pedro Taques, as mexidas nos contratos vigentes de incentivos fiscais criaram muita confusão no meio empresarial do Estado e ganharam mundo afora. Hoje a imagem de Mato Grosso é péssima junto aos investidores de fora do Estado.

Agora vem essa conversa de taxar o agronegócio com um possível Fethab 3. Ou algo parecido. Junto com a taxação vem o preconceito. O assunto está nas páginas da mídia nacional. Resultado imediato: arrasa com o ambiente de negócios em Mato Grosso. A impressão lá fora é a de que aqui não há segurança jurídica pros negócios. O assunto estará nas pautas da Assembléia Legislativa, uma instituição há muito tempo incapaz de manter discussões em nível mínimo de racionalidade.

Aqui faço justiça. Sem compreender o tema na sua devida profundidade e consequências, a tendência da maioria dos deputados estaduais é pela aprovação de todas as taxações que o Executivo enviar sobre o agronegócio. Na época o deputado José Riva na presidência se contrataria consultorias de qualidade pra diagnosticar causas e efeitos antes de se votar um tema delicado e complexo assim.

Certamente as consequências de taxações de novos impostos da forma como se pretende não resolverá os problemas de caixa do governo, mas fará um enorme estrago no ambiente de negócios e na pouca boa fama de Mato Grosso junto ao mundo econômico nacional e internacional. Maturidade seria uma boa conselheira nesse momento, especialmente aos deputados estaduais.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.



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