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Opinião
Terça - 27 de Novembro de 2018 às 08:11
Por: Marcelo Augusto Portocarrero

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As carências são os combustíveis das ideologias, sejam elas de qualquer tendência política ou social, razão pela qual pessoas carentes de recursos financeiros, de informação, alimentação, estudos, saúde, segurança, respeito, carinho e esperança são os principais integrantes das massas de manobra dos ideólogos.

A mudança acorrida na estratégia de luta pelo poder, agora através de ações menos agressivas e mais furtivas em relação ao que faziam no passado são a comprovação de que aquela forma de luta não estava mais dando resultado. Assim, a solução definitiva para as carências das pessoas que conseguem cooptar nas chamadas classes oprimidas pelo capitalismo “não” faz parte da nova tática adotada, mas sim sua perenização. Por isso defendem a institucionalização de programas assistencialistas.

O socialismo democrático que pregam é baseado em um assistencialismo intermitente que “não” tem por meta libertar o indivíduo, mas sim torná-lo dependente do sistema. Defendem que tudo e todos façam parte daquela mesma massa de manobra citada anteriormente e que alcançado seu intento os manterá no poder.

Exemplificando, parece que esse sistema não resolveu os problemas econômicos de Cuba, tanto que aquele país permanece dependente de ajuda externa para sobreviver, muito embora tenha obtido relativo sucesso na exportação de seu modelo revolucionário para países latino-americanos e africanos cujas populações, coincidentemente, sofrem das mesmas carências.

A solução definitiva para as carências das pessoas que conseguem cooptar nas chamadas classes oprimidas pelo capitalismo “não” faz parte da nova tática adotada, mas sim sua perenização

É possível observar o comportamento de manada que introduziram nas mentes dos intelectuais que os apoiam nas alegadas campanhas em defesa das minorias oprimidas (leia-se carentes). Basta observar que ao discutir os princípios de sua ideologia sequer aceitam ouvir opiniões que contradigam seus ideais, inclusive quando partem de grupos alinhados com sua própria doutrina. Estas sim, atitudes excrudentes e por consequência discriminatórias.

Seus líderes são tidos como infalíveis e seus atos são justificados pelos objetivos, mesmo que para alcançá-los sejam levados a perverter comportamentos, hábitos e até tomar medidas drásticas como “eliminar sumariamente seus inimigos”, resquícios das doutrinas adotadas por países autoritários do passado e atualmente em prática na Venezuela. Em suma, para eles os fins sempre vão justificar os meios.

Recentemente vimos líderes políticos simpáticos ao modelo cubano afirmarem que medidas semelhantes àquelas por ele adotadas, tais como tomar e controlar os Poderes da República pela força, seriam adotadas caso seu candidato vencesse as eleições no Brasil.

Derrotados, não medem consequências para tentar obstruir o trabalho dos vitoriosos, para isso sempre estarão dispostos a solapar as instituições a partir dos elos mais suscetíveis às suas truculências. Por isso mesmo não têm qualquer dúvida em atacar princípios democráticos liberais tais como o direito a propriedade, o repeito as leis e a justiça, mas principalmente aqueles que dão substância à tradicional familiar brasileira.

Infiltrados nas escolas e universidades, nos meios culturais e de comunicação, nos sindicatos e outras associações de classe atacam o pensamento liberal através da doutrinação via seu aparelhamento por indivíduos treinandos em países que apoiam e pelos quais têm sido sistematicamente apoiados.

Como que corroborando com a constatação de que as carências são partes do mecanismo que sustentam esse tipo de estratégia de natureza política a vinda de cubanos em 2013 através do programa Mais Médicos é, no mínimo, questionável.

Da mesma forma, qual a verdadeira razão pela qual os cubanos estão sendo retirados do Brasil de forma tão açodada sem que para isso o convênio firmado com o brasil com a interveniência da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tivesse sido formalmente encerrado?

Fuga ou abandono? Fica a dúvida.

MARCELO AUGUSTO PORTOCARRERO é engenheiro civil.



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