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Opinião
Segunda - 21 de Janeiro de 2019 às 08:59
Por: Renato de Paiva Pereira

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O jornalismo está passando por um período conturbado nesses tempos de crescimento das redes sociais, devido à superficialidade das mensagens de wattsapp, instagram, facebook e outras do gênero, que agrada ao povo.

A disponibilidade das notícias nos smarthphones a toda hora e lugar é uma inovação extraordinária, mas que traz junto a inconsistência dos textos escritos por qualquer um e sem nenhum cuidado.

Há ainda o agravante de os grupos se unirem em torno de uma ideia comum, recebendo, portanto, notícias que reforçam essa unidade, em prejuízo de um julgamento mais abrangente dos fatos. Por exemplo, bolsonaristas não se interessam por posts contrários ao presidente Bolsonaro, da mesma forma que os lulistas, cultivam e divulgam notícias que engrandecem o líder petista. Desta forma cada segmento recebe só o que interessa, perdendo o pluralismo das opiniões tão importante para o convívio social.

Está na hora dos profissionais da imprensa questionarem o que aprenderam nas faculdades, confrontando a teoria ministrada com a realidade percebida

Assim, agrupados em torno de uma ideia, que pode ser política, religiosa, cultural, esportiva entre tantas outras, em um movimento de retroalimentação, reforçam seus conceitos e preconceitos, ficando cada vez mais refratários a entendimentos diferentes daqueles que o grupo cultiva.

Mas o pior de tudo é que essas plataformas noticiosas estão ocupando o lugar dos jornais tradicionais do mundo, cujas edições impressas diminuem a cada dia e mesmo as disponíveis somente na internet, mediante uma assinatura com valores bastante modestos, perdem espaço para essas mídias.

Percebe-se uma tendência, principalmente entre os jovens, de desprezarem os tradicionais veículos de comunicação taxando-os pejorativamente de esquerdistas ou direitistas, conforme o lado ideológico de cada leitor.

Creio que, de modo geral, há uma tendência marxista nos principais jornais do país, fruto das décadas de dominação esquerdista aqui e na América do Sul. Como as escolas de modo geral e as universidades em particular, principalmente na área de humanas, sempre foram reduto da esquerda, é natural que os profissionais ali formados saiam repletos de convicções socialistas.

Contudo, mudanças estão acontecendo. Há cinco anos somente três dos 12 países sul-americanos, eram considerados de direita ou centro-direita. Hoje apenas Bolívia e Venezuela têm governantes de esquerda, mostrando que essa tendência está desaparecendo, simplesmente porque não funcionou.

Pouco a pouco a realidade vai se impondo sobre as ideologias, e, por certo essas mudanças alcançarão as universidades, repercutindo diretamente na formação dos futuros profissionais, entre eles os jornalistas que são formadores de opinião.

Está na hora dos profissionais da imprensa questionarem o que aprenderam nas faculdades, confrontando a teoria ministrada com a realidade percebida. Será necessário encampar o consequencialismo prático em desfavor de princípios teóricos, que, quando aplicados, resultaram em miséria e opressão. Não podemos esquecer que o jornalismo é considerado o quarto poder da República e que ele, agindo sobre a opinião pública, pode influir no sucesso ou ajudar no fracasso de um governo.

RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor.



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