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Opinião
Terça - 29 de Janeiro de 2019 às 08:30
Por: Onofre Ribeiro

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É visível a degradação da estrutura e do conceito de Estado no Brasil. Não falo só do Estado nacional que representa a República. Falo também dos estados subnacionais, como Mato Grosso e mais 26. Todos em profunda crise econômico-financeira. Mesmo aqueles que estão aparentemente bem, estão a um passo da inviabilização administrativa e financeira.

A História é impiedosa. Tudo nasce, cresce e morre. Os fatos seguem essa cronologia. O Brasil vem de uma história longa e destrutiva. Ao longo do tempo os primeiros exploradores viraram senhores de engenho e de minas de ouro e diamante. Criaram gado. Viraram grandes fazendeiros. Criaram indústrias. Criaram empresas de todas as naturezas. Plantaram café e criaram uma cultura ineficiente. Todas dependentes do Estado. Na base da sociedade uma parcela trabalha e paga impostos e na cúpula do poder dirigente do país se reúnem todos os poderosos e gastam os impostos em seu benefício.

A Constituição de 1988 piorou tudo isso. Criou dois elementos novos muito mais corrosivos do que a ganância dos antigos senhores da política e da economia. De um lado criou as corporações públicas, também conhecidas como poderes e as empresas estatais. O conjunto permitiu o surgimento de poderosas empreiteiras e corporações privadas. Na mesma esteira o serviço público também se transformou numa poderosa corporação. Colonizaram os cofres públicos!

Sozinho, o governo não conseguirá quebrar a espinha das corporações e trazê-las pra realidade que falha com o morador das periferias

O Estado brasileiro não suportou o peso dessas corporações políticas. Mas há um mal muito maior dentro desse conjunto malvado: os partidos políticos. Um tipo de corporações predadoras e cínicas. Sustentam e se sustentam numa enorme máquina de poder. Cara. Ineficiente. Cínica ao extremo.

Quando o governo de Mato Grosso enfrenta um ambiente enorme de crise financeira e administrativa, está na verdade, enfrentando esse conjunto histórico a que me referi no parágrafo anterior. Desmontar esse espírito corporativo nacional é tarefa pra décadas. São estados independentes dentro do Estado nacional.

Vejo e antevejo o governo Mauro Mendes e o próximo, talvez os próximos, afundados dentro da agonia de resgate do papel do Estado pra a sociedade não pras corporações.

Encerro. Sozinho, o governo não conseguirá quebrar a espinha das corporações e trazê-las pra realidade que falha com o morador das periferias e oferecer-lhe o básico de saúde, educação, segurança e saneamento. A sociedade é o único parceiro possível pra ajudar a enfrentar as corporações. Elas são organizadas. Tem dinheiro, Tem poder e tem forte articulação. Sabem com eficiência fazer-se de vítimas. Ou fingir-se boazinhas e apelam pros bons sentimentos cívicos da população.

Vejo a gestão Mauro Mendes afundada nessa luta inglória diante de uma sociedade morta e alienada!

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.



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