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Opinião
Quinta - 13 de Junho de 2019 às 11:18
Por: Alfredo da Mota Menezes

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A Unemat está em Rondonópolis desde 2017, com os cursos de Letras, Computação e Direito. Funciona numa escola estadual, Stela Maris, e a prefeitura local repassa para a Universidade 30 mil reais por mês. Recebe também muitas emendas parlamentares. Fala-se em construção de sede própria e a prefeitura já doou o terreno.

Falava-se antes que a Unemat não iria para lugares que tivesse a UFMT. O caso de Rondonópolis alterou essa equação.

A Unemat é vinculada à Secretaria de Ciência e Tecnologia estadual. Está em 45 dos 141 municípios do estado. Possui 13 campus, têm 23 mil estudantes e um corpo docente cada dia mais qualificado.

A partir de 2013, ela passou a ter, além da independência administrativa, também a financeira, com lei que destina para a Universidade um percentual da Receita Corrente Liquida (RCL). Começou com 2%, até chegar, em 2018, a 2.5%. Não mais pires na mão, como fora antes.


Por que a prefeitura de Cuiabá ou de Várzea Grande não arruma, como fez a de Roo, um recurso extra, além de prédio municipal ou estadual, para trazer essa Universidade para esta região?

Não tem essa Universidade estadual na Baixada Cuiabana. Lugar com quase um terço da população do estado. A direção da Unemat não descarta vir para Cuiabá ou Várzea Grande, mas alega que precisa de planejamento financeiro de médio e longo prazo para tal empreendimento e que, no momento, tem queda na sua receita. A queda tem base na atual estagnação econômica. O estado arrecada menos e, se é assim, aquele repasse fixo de 2.5% da RCL tem obviamente uma diminuição.

Momento agora para choramingas e ilações. Por que a prefeitura de Cuiabá ou de Várzea Grande não arruma, como fez a de Roo, um recurso extra, além de prédio municipal ou estadual, para trazer essa Universidade para esta região? Aliás, deveria ser um trabalho conjunto da prefeitura de Cuiabá ou Várzea Grande, da Assembleia Legislativa e do governo para trazê-la para cá.

Não seria preciso construir prédio próprio para começar seu trabalho aqui. Nem também iniciar com muitos cursos. Um início menor, como aquele de Rondonópolis.

Outra choraminga vai para a questão da falta de recurso orçamentário pela queda de receita da Universidade. É verdade, mas antes, quando não havia um recurso fixo como agora tem com os 2.5% da RCL, a Unemat se expandiu vigorosamente pelo estado.

Além disso, a base maior da RCL é o ICMS e em Cuiabá e V. Grande se tem as maiores arrecadações desse tributo. E ainda a Unemat foi para Rondonópolis num momento de queda na arrecadação e no seu repasse.

Também é tempo de enterrar aquela antiga alegação de que, se a Universidade vier para cá, poderia perder a Reitoria para esta região. É em Cáceres para sempre e ponto final.

Outro comentário sobre esse assunto é que as Universidades privadas em Cuiabá e Várzea Grande, antes e também depois de fusões, não querem a Unemat na região. Perderiam estudantes e recursos do Fies. Pode ser maledicência, como pode não ser. A verdade é que é tempo da Unemat vir para o Vale do Rio Cuiabá.

ALFREDO DA MOTA MENEZES é analista político



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