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Opinião
Quinta - 13 de Junho de 2019 às 11:19
Por: Renato Gomes Nery

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iscorri, na semana passada, sobre as implicações do excesso de faculdades de direito e de medicina deficientes com o aumento exponencial de profissionais que o mercado não precisa e nem absorverá. Neste artigo abordarei os malefícios que profissionais mal preparados poderão causar à sociedade.

O Exame de Ordem da OAB limita, mas não impede, devido ao excesso de contingente, que se leve ao mercado profissionais despreparados. Neste caso, os danos para a sociedade são previsíveis e efetivos. Na maioria dos casos, os serviços dos advogados são vistos pela outra parte e examinados por magistrados, isto não impede que uma má postulação não possa causar prejuízos às partes.

Na área civil, esses danos são mais efetivos, pois o juiz não pode, movido por uma má postulação, conceder mais do que se pede nem suprir o que se pede de menos. A mesma coisa acontece na área criminal, onde uma colocação mal feita, equivocada, errada ou inexistente pode implicar severamente na liberdade dos acusados.

Na medicina sequer tem um exame para acesso ao mercado. Portanto, a situação é bem pior já que os erros e equívocos podem aumentar. Quem não sabe ou foi vítima de um erro médico? Eles existem e são incontáveis, e certamente aumentarão com o despejo no mercado de profissionais despreparados gestados em incontáveis faculdades de medicina sem estruturas.

Eu já fui vítima de uma falta de diagnóstico antecipado que resultou numa cirurgia que poderia ser evitada. A execução de equivocada de um protocolo levou um colega de turma a sofrer consequências terríveis num tratamento de uma doença já praticamente erradicada. Um erro grosseiro levou um amigo a ter sua próstata e adjacências erradicadas. Exames mal feitos, diagnósticos e prescrições de remédios contra indicados, erros médicos manifestos, uma cirurgia desnecessária ou evitável causam prejuízos sem volta para pacientes que são submetidos a toda hora aos cuidados médicos! Enfim, por aí vão os nefastos exemplos, com as exceções devidas, dos operadores da ciência médica.

Se os erros e equívocos médicos são palpáveis, imagine a dimensão desta situação quando o mercado começar a receber os profissionais formados em condições precárias por faculdades de toda ordem plantadas deliberadamente e irresponsavelmente por este Brasil afora?

Enfim, o estelionato causado pela falta de planejamento, usura, mercantilismo e pela pura e simples corrupção deste País sem peias é gravíssimo. O pato continuará sendo pago pelo incauto e desprotegido cidadão. A casta dos grandes, endinheirados e políticos continuarão a ser hóspedes de hospitais de ponta dos grandes centros urbanos.

P.S – Nesta pátria de doutores, onde se privilegia e cultua bacharelismo, o Ensino Fundamental fenece à sombra de um absoluto abandono. Não se tem notícias de algum movimento/protesto em seu favor ou, ao menos, para livrar o País do crônico analfabetismo. Nada que é ruim não pode piorar! Macunaíma continua ditar as regras por aqui!

Renato Gomes Nery. E-mail- rgnery@terra.com.br



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