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Opinião
Segunda - 06 de Fevereiro de 2012 às 14:30
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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            O bueiro explode sob os pés das pessoas, os edifícios caem sobre suas cabeças, o assaltante as ataca, o carro as atropela, a turba saída da torcida de futebol promove atos de vandalismo, as compras pela internet atrasam, o site do banco foi tirado do ar por hackers que dizem protestar, as crianças, jovens e até os adultos estão viciados em redes sociais. O nosso mundo, sem qualquer dúvida, está mudado. Mas o cruel disso é que as mudanças ainda estão em curso e muitas das coisas que eram simples tornaram-se complexas e perigosas. É altamente injusto que todos nós tenhamos que pagar com sofrimento e até com a própria vida os custos dessa modernidade que chegou e entrou em nossas vidas sem pedir licença.

            A partir do pós-guerra, o nosso empírico Brasil da primeira metade do século passado mudou a sua cara. A indústria primária de então deu lugar aos empreendimentos de alta tecnologia e hoje temos aqui todos os engenhos (e também os problemas) disponíveis nos lugares mais avançados do mundo. Automóveis, computadores, fibra ótica, comunicação farta e uma imensa parafernália fazem parte de nossas vidas, deixando para a história os românticos tempos da cadeira na calçada e da conversa maneira com os vizinhos. Hoje os contatos são virtuais, parte das compras e das negociações também, e todos nós lutamos para garantir o nosso lugar dentro dessa complexa engrenagem. Máquinas e processos destinam-se a facilitar a vida do homem, mas a transição é deficiente e penosa.

            Apesar de ter a máquina que o locomove, o homem não pode ficar parado. Por isso, faz caminhada, pratica esportes ou freqüenta academia em substituição ao tanto que antes precisava andar para cumprir suas obrigações. As tecnologias inventadas para beneficiar são perigosas quando não aplicadas corretamente. Daí a necessidade de leis e fiscalização de trânsito, esquemas de segurança para as instalações energéticas e a obediência de normas técnicas que garantam a estabilidade de tudo o que o homem criou para o seu benefício.

            Infelizmente, em nosso país e em muitos outros, a aplicação das leis de trânsito é caótica e a obediência de normas técnicas é negligente. Como resultado, temos os acidentes com veículos, a explosão de bueiros onde gás e eletricidade se misturam indevidamente e a queda de edificações mal executadas ou modificadas sem cuidados técnicos de segurança.

            O Brasil chegou ao seleto clube das maiores economias do mundo. Mas precisa, com toda urgência, desenvolver normas e procedimentos que possibilitem à população a utilização benéfica desse progresso. Primeiramente, a função regulatória tem de ser mais eficiente do governo para com concessionárias de serviços, manutenção de estruturas e até para com o próprio cidadão, que tem de conhecer o limite entre seu direito e o do seu vizinho. Enquanto não conseguirmos a harmonização do desenvolvimento com o procedimento do homem, nosso povo continuará morrendo pela ação daqueles instrumentos criados para o seu conforto e bem-estar. É um flagrante desperdício...

 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br



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