Repórter News - reporternews.com.br
Opinião
Sexta - 26 de Julho de 2019 às 09:53
Por: Onofre Ribeiro

    Imprimir


Em recentes conversas nas três federações classistas da Indústria, do Comércio e Serviços e da Agricultura e noutros setores da economia o assunto foi levantado. Mas parece que não faz muito sucesso. A discussão é ampla e muito complexa. Vai além das simples discussões de momento em torno de temas imediatos.

Estou falando da montagem de uma rede de inteligência em Mato Grosso. 'O que significa isso?', perguntaria o leitor. Vamos à tentativa de explicação. Tudo vem acontecendo dentro de um casuísmo sem causa. De um lado o governo do Estado gerindo uma administração sem visão estratégica de médio e de longo prazo. De outro lado, as classes econômicas também sem articulação política na defesa dos interesses dos seus investimentos. Nos dois lados falta a visão estratégica para o futuro.

Tudo o que vem acontecendo no estado de Mato Grosso tem sido feito sem planejamento estratégico. Como o Estado é rico e promissor existe uma série de setores que não dão errado. Mas uma visão estratégica de curto, médio e de longo prazo não existe!

O Governo do Estado não tem planejadores que conheçam a realidade ampliada da estrutura, da produção, dos mercados interno e externo e dos cenários próximos

O Governo do Estado não tem planejadores que conheçam a realidade ampliada da estrutura, da produção, dos mercados interno e externo e dos cenários próximos.

O governo vai pouco além do seu caixa que vive sempre apertado. Quanto mais a produção econômica produzir, mais o Estado gastará e pedirá mais. Sem corresponder pra que a produção alcance custos mais baratos.

Os dois só se falam em casos como a atual revisão de incentivos e mexida tributária. Mas sem voz. Os setores privados não tem voz política. Isso, porque não montaram uma rede de inteligência estratégica capaz de confrontar o governo na sua ânsia de arrecadas, gastar e de facilitar o seu lado. Pode fazer leis. E faz!

Já que o governo vive preso na máquina blindada do arrecadar e gastar do jeito que pode, não é capaz de frear esse círculo vicioso. A máquina do Estado é gastadora e protegida por leis e mais leis. Na sua leitura, os aumentos da arrecadação de impostos lhe pertencem pra pagar salários, custos e direitos adquiridos.

Do lado de lá, na falta de uma rede de planejamento futuro. Os setores produtivos não sabem como e nem com quem falar. Falam sozinhos frequentemente. E nas crises! Na vida normal eles se esquecem de se articular pra terem voz e dizer ao Estado o que eles desejam.

Claro que este tema é maior do que isso. O que estamos falando é da falta de uma inteligência. Por inteligência entenda-se convergência de interesses públicos e privados na construção de um futuro sustentável e justo pra eles e pra sociedade com mais de 3 milhões de pessoas que vivem aqui.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.



Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/2646/visualizar/