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Opinião
Terça - 03 de Setembro de 2019 às 09:05
Por: Rosana Leite Antunes de Barros

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Ver e ouvir algumas situações cotidianas, com o olhar feminista, ou melhor, com a visão dos direitos humanos das mulheres, deve ser o diferencial. Não raras vezes alguns fatos e falas que parecem “normais”, não podem ser.

Deveria ser comum chegar a determinado local onde a predominância é de mulheres e achar normal, assim como com o gênero masculino. Poderia ser normal cargos de chefia e direcionamento com a composição por metade de cada gênero. Aliás, sequer deveríamos olhar o “gênero”, mas, as pessoas. Porque o gênero masculino é o predominante, então, quando a palavra é comando? Dizer que o gênero masculino tem mais condições de ocupar cargos de destaque não pode ser uma afirmativa real.

Há muitos anos atrás se falava em maioria de homens em bancos escolares, ou como empregados e empregadores. As mulheres já ocuparam a todos os guetos antes tomados apenas eles. Não há qualquer dúvida de que a equidade é o viés buscado em nossa existência.

Todavia, o susto é tremendo quando em reuniões onde se predomina o gênero feminino, quando adentra alguém do gênero masculino, e lança o malfadado comentário: “Como o local esta florido hoje!”. E não para por aí: “Gostaria que tivéssemos mais reuniões assim!” Tem mais: “Nossa, como isso aqui está bonito hoje!”.

Quando ocorrerá o costume com a presença do gênero feminino? Quando acabarão os infelizes e mentirosos comentários? Digo mentirosos, porquanto, se o gênero masculino, de fato, gostasse e respeitasse tanto assim o gênero feminino, começaria a enfrentar o patriarcalismo e não aceitaria fazer parte de locais onde apenas o masculino comanda. Claro que existem exceções...

A mulher não deseja receber elogio pela beleza, ou escutar que o ambiente está “florido” ou “mais bonito” com a presença delas. O que almejam atualmente é o respeito em todo e qualquer lugar que possam estar. Entretanto, é bom lembrar que esse “respeito” buscado o é em sentido amplo, muito amplo.

Não anseiam o desgosto em andar nas ruas e ouvir palavras horrorosas e humilhantes sobre o seu corpo. Entristecem-se com piadas contra o gênero feminino, as tachando de menos inteligente e capaz. Profissionais da saúde do gênero feminino em muito sofrem, quando escutam que são os do gênero masculino mais capaz. Mulher a pilotar aviões são extremamente discriminadas. Relatos delas: “Tem certeza que consegue segurar um avião deste tamanho, tal como um homem?”.

“Ambientes floridos?” São dispensados. As mulheres merecerem e precisam ser reconhecidas como Seres Humanos... Flores, são flores...

Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual.



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