Repórter News - reporternews.com.br
Opinião
Sexta - 20 de Setembro de 2019 às 09:11
Por: Miguel Vaz Ribeiro

    Imprimir


O Brasil está em chamas. A Amazônia clama por socorro. Governos federal e estaduais fazem buscando uma solução para um mal que todos os anos nos rodeia nesta época e que em 2019 ganhou as mídias internacionais. Há localidades em que não cai uma gota de chuva desde abril e muitos crucificam os governos e culpam os produtores rurais pelas queimadas e desmatamento. Apunhaladas de todos os cantos do Brasil e do exterior surgem, em especial da França que considera as queimadas na Amazônia uma crise internacional, reforçando que por trás de tudo isso há interesse estrangeiro.

A triste situação traz para o agronegócio inúmeros prejuízos. Restrições comerciais já são sofridas pelo Brasil, a exemplo de 18 marcas de roupas e calçados internacionais que suspenderam a importação do nosso couro.

Os europeus usam a questão do meio ambiente no Brasil, e isso não é de hoje, por duas razões: confrontar os princípios capitalistas e estabelecer barreiras ao crescimento e ao comércio com o Brasil de bens e serviços.

O Brasil é o 2º maior produtor de grãos e carne vermelha do mundo. Exporta produtos primários para mais de 150 países. A FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – tem o país como um “Salvador da Pátria Mundial”, uma vez que para 2050 projeta-se que o Planeta Terra tenha 9 bilhões de habitantes e para atender essa demanda a produção de alimentos deverá subir 70% no Mundo, sendo que a produção de cereais terá de atingir 3 bilhões de toneladas por ano em comparação as cerca de 2 bilhões de toneladas produzidas mundialmente hoje.

O produtor rural tem feito a sua parte para isso. O uso de tecnologias e práticas de produção sustentáveis são vistas cada vez com mais frequência no Brasil. O Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é cada vez mais utilizado, mostrando ser possível produzir mais em menos área, ou seja, não é necessário abrir novas áreas para ampliar a produção. Tais práticas vistas hoje, inclusive, promovem a preservação das nascentes e dos solos.

E, o que falar então do RenovaBio? A nossa Política Nacional de Biocombustíveis, instituído pela Lei nº 13.576/2017? Vale ressaltar que o RenovaBio possui como principal instrumento o estabelecimento de metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, de modo a incentivar o aumento da produção e participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou que no dia 24 de setembro irá participar da reunião da 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para falar sobre a Amazônia. Segundo o presidente, será uma chance de falar ao mundo sobre a região. Uma área, que de acordo com ele, foi “ignorada por tantos governos que me antecederam”.

O Governo Federal tem buscado com a Operação Verde Brasil fazer o seu papel, o de combater a incêndios e crimes ambientais na região por meio de uma Garantia da Lei e da Ordem Ambiental. A GLOA, como é chamada, entrou em vigor dia 24 de agosto e segue até o dia 24 de setembro. Os nove governadores da Amazônia Legal aderiram a GLOA e apoiam as ações. Juntos os nove estados compõem um território superior a 5 milhões de quilômetros quadrados.

Muito se está sendo feito para este mal. Mas, pouco são os que enxergam. Na verdade, são poucos os que querem enxergar. O que vemos de fato são pessoas e países querendo ir contra o agronegócio, querendo atrapalhar um trabalho de sustentabilidade. O Brasil preserva mais de 63% do seu território. E a França, que tanto nos crucifica? E a Europa como um todo tem quanto de seu território de florestas?

O RenovaBio está em sintonia com o Acordo de Paris, assinado em 12 de dezembro de 2015, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima (COP21). O Brasil se comprometeu com a redução de suas emissões de gases de efeito estufa em até 37%, comparadas aos níveis de 2005. A previsão é de que esta meta seja atingida em 2025, elevando-se para 43% em 2030.

O combate às queimadas criminosas devem continuar acontecendo e o Estado ser vigilante integralmente, porque esse mal atinge a todos os cidadãos em todas as áreas da sociedade, seja saúde, educação, segurança ou economia. Estamos fazendo a nossa parte, basta que queiram enxergar.

* Miguel Vaz Ribeiro é produtor de algodão e biodiesel em Mato Grosso



Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/2721/visualizar/