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Opinião
Quinta - 12 de Dezembro de 2019 às 18:26
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Agroindústria do etanol no estado que mostra certo vigor. Tem fábricas de etanol de cana e de milho e de cana e milho, chamadas flex. São 12 fábricas funcionando e mais cinco em construções.

Etanol de cana, anidro e hidratado, em 2016, chegou a 1.2 bilhões de litros. Caiu e voltou perto desse número em 2019. O grande momento é do etanol de milho. Em 2016 foram 130 milhões de litros, em 2019 pulou para 1.4 bilhões de litros. Etanol total em 2019, 2.6 bilhões de litros.

O uso do milho para etanol trás outro componente lucrativo que é o DDG. O bagaço do milho que é usado para alimentos de gado, suínos, aves e peixes. A produção de DDG, em 2016, foi de 112 mil toneladas; em 2019, 995 mil toneladas.

Calcula-se que, em 2028, cheguem a oito bilhões de litros de etanol e seis milhões de toneladas DDG em 20 milhões de toneladas de milho processadas. Usam-se hoje um pouco acima de três milhões de toneladas de milho.

Calcula-se que, em 2028, cheguem a oito bilhões de litros de etanol e seis milhões de toneladas DDG em 20 milhões de toneladas de milho processadas. Usam-se hoje um pouco acima de três milhões de toneladas de milho.

A produção do milho no estado está em cerca de 30 milhões de toneladas por ano, subiria ainda mais. O uso para etanol e DDG faz o preço do milho, em tese, ser atrativo para o produtor.

A indústria do etanol emprega cerca de dez mil pessoas no estado. Uma parte na indústria, outra na produção no campo e uma terceira na área administrativa. Falam em cerca de 40 mil empregos indiretos. Calcula-se que essa agroindústria possa gerar perto de um bilhão de reais em impostos.

Mato Grosso consome hoje 1.2 bilhões de litros de etanol. O preço do litro tem sido ainda o mais baixo do país. Tem um excesso que é vendido no Acre, Rondônia, Pará e São Paulo. Usa-se a rodovia 163 e os portos do sul do Pará, na região de Miritituba, para levar parte do produto. Outra pela ferrovia em Rondonópolis. Não se vende nada ainda para o exterior.

A produção chegando a oito bilhões de litros, com um consumo interno lá na frente de dois bilhões de litros, se teria enorme excedente. Se não tiver meios para escoar a crescente produção, ela pode sofrer um baque.

Daí que o sonhado entanolduto teria que sair do papel. Se ocorrer, com terra em abundância e alta produtividade, Mato Grosso, na área de etanol se transformaria num grande player. Outra vez aparece no radar a questão da logística.

Por falar nisso, na semana passada, em Iowa, EUA, houve um encontro de produtores rurais de lá. Estão marcando uma viagem, mais uma, a MT para analisar a coisa aqui mais de perto.

Se sentem aliviados com a situação da competição porque não temos logística. Mostram preocupação com a possibilidade de sair a ferrovia pelo Pacífico. Até “torcem” para não sair. A ferrovia é um sonho distante. O mesmo se pode dizer do etanolduto?

ALFREDO DA MOTA MENEZES é analista político.



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