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Opinião
Quinta - 31 de Outubro de 2013 às 10:50
Por: Adriana de Almeida Branco e Simone Cruz de Matos

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RESUMO: Os casos de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) vêm aumentando muito em todo país, sendo pouco conhecido, apesar dos estudos a respeito terem se intensificado nas últimas décadas. Esta pesquisa teve como objetivos apresentar fatos que diariamente o professor enfrenta em sala de aula com aluno hiperativo; conhecer quais as características de uma criança hiperativa e avaliar se todos os alunos que apresentam os sintomas do TDAH fizeram ou fazem tratamento. Pode se concluir que ainda existe uma lacuna a ser preenchida, pois os professores, pais e familiares não possuem o conhecimento do transtorno e que muitas vezes não procuram a ajuda necessária, dificultando assim o trabalho a ser desenvolvido com a criança em sala de aula, e em seu convívio social.
 
Palavras-chaves: Hiperatividade; Distúrbios de aprendizagem; Crianças hiperativas.
 
ABSTRACT: The cases of attention deficit/hyperactivity disorder (ADHD) come increasing a lot in our country, being little known, although the studies this subject has been intensified in the last few decades. This research had as objective to present facts that daily the teacher faces in the classroom with a hyperactive pupil; to know which the characteristics of a hyperactive child and to evaluate if all the pupils who they present the symptoms of the ADHD they had made or they make treatment. The research was bibliographical and of field with questionnaires for teachers and its qualitative analysis of data. However it can conclude that still a gap exists to be filled, because the teacher, the parents and relatives do not have the knowledge of the upheaval and that many times they do not look for the necessary aid, making it difficult the work to be developed with the child in classroom, and its social conviviality.
 
Words key: Hyperactivity, Learning Riots and Hyperactive Children 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Muito tem se falado em hiperatividade, pois muitas crianças que não param ou não obedecem são vistas como hiperativa. Mas afinal, o que é hiperatividade? Será que os professores tem feito um trabalho com uma equipe capacitada para detectar o problema? E a 
família aceita o diagnóstico e da o apoio necessário? A cada dia pode-se ver o aumento do transtorno em nosso cotidiano, pois aos poucos ele vem aumentando e prejudicando assim a vida escolar e social da criança. 

O transtorno de déficit de atenção (TDAH) é caracterizado pelo fato da criança ser agitada, inquieta e esses problemas resultam em um não desenvolvimento da criança, muitas vezes a família ou a escola não procuram ajuda necessária ou acham que isso é banal, mas ao se analisar os dados e as pesquisas feitas, pode-se ver que isso acarreta diversos problemas na vida da criança, fazendo com que ela possua dificuldades em se relacionar e ter uma aprendizagem significativa, porém o diagnóstico precoce faz com ela se desenvolva e tenha uma vida normal, pois muitas vezes as crianças hiperativas são vistas como um problema tanto na família quanto na escola e principalmente para o professor.

O TDAH deve ser comprovado por um especialista da área, para que assim a criança possa fazer o devido tratamento fazendo uso ou não do medicamento. Esclarecer ao portador a respeito do transtorno seja ele criança, adolescente ou adulto. Só é possível programar um tratamento com alguma perspectiva de sucesso se a pessoa envolvida se dispuser a colaborar. O primeiro passo para garantir essa colaboração é dar o máximo de informação possível sobre o TDAH, suas implicações e consequências.

A compreensão de si próprio, que um diagnóstico correto e a informação sobre o transtorno trazem, leva a uma reestruturação interna e externa da vida de um portador. Na maioria das vezes, há uma profunda sensação de alívio em saber o porquê de determinadas incapacidades e entender que o comportamento tem justificativa independente da vontade. A culpa também diminui e há um aumento real na possibilidade de superar as dificuldades e alcançar o sucesso.

Para se trabalhar em sala com uma criança hiperativa são necessárias reações precoces que a impedirão de cometer pequenos erros, por isso o professor deve estar devidamente preparado para dar as devidas instruções a família, apoio e suporte para que esta criança não se torne um grande problema, por isso ao investigar este tema pode-se ver que professor não tem os conhecimentos necessários para realizar um trabalho diferenciado com este tipo de criança, e para isso será analisado dados de uma pesquisa com professores e psicólogos a fim de sanar todas e quaisquer duvidas sobre o tema transcrito.

Esta pesquisa teve como objetivo sanar duvidas dos professores, para ajudá-los à trabalhar em sala de aula com crianças hiperativas e se as mesmas possuem uma aprendizagem normal ou se apresentam alguma dificuldade, também teve o intuito de conhecer quais as características de uma criança hiperativa verificando se a família sabe ou não do problema; avaliar se todos os alunos que apresentam os sintomas fizeram ou fazem tratamento , pois não adianta somente a criança ser diagnosticada, ela precisa de um acompanhamento e de um tratamento e se o tratamento tem eficácia na vida da criança para que assim o TDAH não afete sua vida e sua aprendizagem, por isso nesta pesquisa estão incluídas algumas dicas para que o professor saiba como fazer com que a criança hiperativa tenha uma aprendizagem mais ampla e significativa. 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
O transtorno de déficit de atenção tem sido mais frequente em nosso dia a dia, pois na maioria das salas possui uma criança que é vista como um problema e que não param ou parecem não estar em sala.

O TDAH possui características muito marcantes, que são a compulsividade e agitação, pois a criança não consegue se concentrar no que esta fazendo e tem dificuldades ao seguir simples comandos.
Os professores e pais da criança hiperativa devem saber lidar com a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperativa incontrolável da criança. (SCHONWALD, 2006).

Em alguns casos o TDAH pode acontecer sem a hiperatividade, pois são dois tipos distintos, o de TDAH tipo desatento, que apresenta apenas déficit de atenção / distração, sem a hiperatividade e o Tipo Hiperativo-Impulsivo. Há também o tipo Combinado, com as três características (déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade) todos os tipos estão  relacionados a padrões de funcionamento cerebral próprios do TDAH e da hiperatividade.
Não existe uma única forma de TDAH e com o tempo pode ocorrer alterações imprevisíveis na vida da criança afetada.

Para ser diagnosticado o TDAH é preciso que um médico especialista faça um teste que será subdividido em escalas que medem o grau de atenção e hiperatividade. Assim, Rohde e Benczek (1999, p.49) descrevem: ”O exame neurológico evolutivo, realizado por neurologistas de crianças, pode indicar dados que fortalecem o diagnostico baseado na pesquisa de sintomas”.
Por isso que o diagnostico tem que ser feito por profissionais da área de saúde mental, seja ele médico ou psicólogo, pois somente esses profissionais possuem um conhecimento amplo e profundo dessa doença.

O TDAH se caracteriza por junção de fatores tais como ambientais, e genéticos, e para se ter o diagnóstico é preciso que a criança apresente vários sintomas em diferentes tipos de ambientes, tais sintomas; falta de atenção, não se concentra, parece sempre estar no “mundo da lua”, dificuldades em seguir regras, falta de organização, baixa auto-estima e compulsividade, eles também são desorganizados com seu material escolar, sua mochila, sua mesa, gavetas e principalmente com o planejamento de suas tarefas, estudos, empurrando-os sempre para a última hora (isso quando não deixam de fazê-los). Estão sempre atrasados, lutando contra o tempo.

E ao ser diagnosticado precisa haver um trabalho em conjunto, pois tanto a escola, a família e a equipe de profissionais que atuam nessa área, precisam estar presentes, para que assim haja uma melhora nos sintomas e para que a criança hiperativa tenha uma aprendizagem normal. Com o diagnostico do TDAH comprovado é necessário prestar muita atenção, pois as crianças hiperativas apresentam frequência maior à outros problemas.

As crianças hiperativas em idade escolar possivelmente apresentarão baixo rendimento escolar, pois são desatentas e impulsivas e muitas vezes não consegue ter seu autocontrole, não é possível ter hiperatividade sem apresentar algumas dificuldades.

A criança hiperativa sempre terá alguma dificuldade, seja no convívio em sociedade, em casa ou na escola, pois mostra um grau de atividade maior que outras crianças da mesma faixa etária. Mas o que nem todos sabem é que esse transtorno possui características positivas, como: criatividade, questionamento, alto nível de atividade, inteligência.

O diagnóstico de TDAH geralmente é mais comum em crianças do sexo masculino, mas as meninas também podem apresentar quadro de hiperatividade.

O Transtorno é causado por um mau funcionamento da neuroquímica cerebral, a criança com TDAH apresenta uma área do cérebro envolvida, que é a parte orbital do cérebro, que esta situada na parte da frente do cérebro por isso elas passam a apresentar alguns desses sintomas tais como, a hiperatividade, impulsividade, porem como o cérebro é um órgão que apresenta interligação com muitas partes do corpo provavelmente algumas alterações possam ocorrer em outros pontos do cérebro.

Alguns fatores do tipo genéticos e outros ocorridos na gravidez como o uso da nicotina e do álcool e a exposição de crianças pequenas a grande quantidade de chumbo podem acarretar o quadro de TDAH, mas também tem que levar em conta que o fator genético pode ser um agravante, pois pais que tiveram o TDAH são mais propícios a terem filhos com TDAH.
 
[...] algumas características familiares parecem funcionar como desencadeadores inespecíficos de saúde mental em crianças e não parecem ser especificas para o TDAH muitas vezes ,tais características também funcionam determinando maior gravidade ou persistência para os sintomas de transtorno. (ROHDE; BENCZECK, 1999, p.61)
 
A hiperatividade aparece por volta dos 7 anos ou quando se inicia a vida escolar da criança fazendo com que não consiga seguir simples comandos. Algumas crianças desenvolvem o transtorno bem precocemente, porém antes dos quatro ou cinco anos é muito difícil se fazer um diagnóstico preciso.
O professor na vida da criança portadora do TDAH desenvolve um papel muito importante, por isso ele deve estar devidamente preparado para lidar com o mesmo e dar suporte necessário, pois ao se trabalhar com crianças hiperativas são necessárias ações e precoces, pois se o professor não fizer o papel de interventor isso pode gerar reações adversas, em primeiro lugar o professor precisa conhecer sobre o transtorno de déficit de atenção hiperatividade (TDAH) para dar as devidas atenções, tanto para o aluno quanto para família, que muitas vezes o mesmo não sabe o que fazer prejudicando assim a vida da criança.

Em muitos casos além de uma equipe especializada é preciso fazer o uso de medicação, e os estimulantes são os mais receitados, pois são os que mais apresentam resultados eficazes, o remédio tem que ser receitado por um medico tendo que ser devidamente tomado nos horários prescritos para que possa haver o efeito necessário.
 
Aquelas com sintomas leves e com boas capacidades podem necessitar apenas de intervenções psicoterapias e estratégias de manejo cognitivo–comportamentais em casa e na escola. Entretanto a grande maioria apresenta prejuízos significativos na sua vida em função dos sintomas, são candidatos claros ao uso de remédio. (ROHD; BENCZEK, 1999. P.166).
 
Na relação com a família os portadores de TDAH são prejudicados, pois muitas vezes não são submissos e não aceitam ser mandados e com isso os pais de crianças portadoras de TDAH muitas vezes apresentam quadro de depressão, baixa auto estima e frustração em relação ao filho.
Com uma criança hiperativa em casa ou na escola é necessário pensar antes de agir, pois muitas vezes seu comportamento os leva a reagirem de forma errada, para a criança hiperativa é de suma importância o reforço ao invés da punição, a rotina de estratégias, terem uma boa comunicação, e a escolha certa de uma escola, para que a criança se adapte a suas regras e tenha um aprendizado correto a sua necessidade.

É importante que o professor tenha conhecimento sobre o TDAH, sobre o aluno e sua realidade, pois com simples gestos tais como encorajar a criança lembrando sempre que ela é capaz, estabelecer simples rotinas para que ela possa seguir, colocar limites, elaborar um trabalho diferenciado e com a ajuda de diferentes recursos e utilizando diversas maneiras que despertem o interesse e agucem sua criatividade, sendo essa uma característica muito forte da criança hiperativa, sendo assim, para que o professor encontre sucesso em uma sala de aula com um aluno que possua o TDAH ele precisa conhecer e se aprofundar na necessidade real da sala .
 
Enquanto não estivermos seguros sobre o quão negativamente as relações professor criança afetam na adaptação da criança portadora de TDAH a longo prazo as experiências mostram que elas certamente pode resultar em sucesso e abandono da escola. (BAKLEY,1999 p.235).
 
Esta função que o professor traz sobre si pode influenciar e muito na vida da criança portadora do TDAH, pois ele pode ser tanto o que faz com que a criança possa ter um índice de aprendizagem significativo quanto pode ser o “vilão” na vida da criança.

A escola também desempenha um grande e importante papel, pois é ela quem da o suporte para o professor, coordenadores e diretor que precisam estar mobilizados para atender tanto a família quanto o aluno portador do TDAH. Em muitos casos a hiperatividade é vista como um problema de aprendizagem, mas as crianças hiperativas podem possuir um índice de aprendizagem normal desde que se concentre e tenham atividades que prendam sua atenção. Considerando isso, Barkley (1999, p.21) descreve: “educar uma criança com TDAH pode ser a coisa mais difícil que você terá que fazer em sua vida”.

Quando pais, professores e alunos trabalham em conjunto o retorno na aprendizagem tanto cognitiva quanto social é muito importante na vida da criança. Há algum tempo atrás pensava-se com o passar dos anos e o amadurecimento da   que os sintomas iam desaparecendo mas os problemas podem sem agravar, pois um adolescente com TDAH pode ser causador de grandes conflitos em sua família, e em sua escola encontrão dificuldades em seu relacionamentos e em sua vida social.
Relatos apontam que adultos com TDAH são mais propensos a enfrentarem sérios problemas de comportamentos e desempenho social educacional sendo assim ele se tornará mais vulnerável a sofrer de doenças do tipo , ansiedade e depressão, os adultos com o transtorno também apresentam os mesmos sintomas que uma criança .
 
Seu filho pode ter de enfrentar insucesso acadêmico, isolamento social, depressão, baixa auto estima e também se envolver em diversos conflitos com outros membros da família, por isso o dialogo é uma forma muito  importante entre a família para que assim sejam evitados graves problemas (BARKLEY 1999, p.218).
 
Os estudos até aqui realizados servem de apoio para que o professor faça  um trabalho amplo e significativo na vida da criança com TDAH, para que ela possa superar esse transtorno e possa ter um bom convívio social. O trabalho em sala de aula com crianças hiperativas deve ser de varias maneiras porque cada um tem suas necessidades e dificuldades por isso escolher estratégias que atendam a realidade de cada um para que a criança portadora do TDAH tenha uma qualidade de vida e não venham ser prejudicados. 
 
 
CONCLUSÃO 

 
 Este artigo é de suma importância a todos que diariamente estão envolvidos no contexto escolar e familiar da criança com TDAH, pois o transtorno de déficit de atenção hiperatividade , vem aumentando gradativamente acarretando assim vários problemas na vida desses indivíduos.
O Mesmo explicitou de forma simples e objetiva sobre o assunto e orientou para que a criança com TDAH não seja vista com um problema em casa ou na escola, pois sem os devido conhecimentos sobre o transtorno a criança não se desenvolverá e família se constrangera ao saber que isso poderia ser resolvido com uma múltipla equipe e com devidas precauções.
A proposta transcrita neste artigo foi a de apresentar para os leitores mais informações sobre o TDAH e suas consequências diretas e indiretas, pois todos os que estão presentes na vida da criança com TDAH, tanto a família quanto o professor e os amigos e ate mesmo a criança portadora , não pode se culpar ou se martirizar pelo fracasso de tal , por isso foi esclarecido este tema para que ao se detectar a hiperatividade possa tomar as devidas e necessárias prevenções para que esta criança tenha um desenvolvimento cognitivo normal. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BARKLEY, Russell A. Transtorno de Déficit de Atenção/ hiperatividade. ARTMED, Porto Alegre: 2002.
 
ROHDE, Luiz Augusto P.; BENCZIK, Edyleine B. P. Transtorno de Déficit de Atenção hiperatividade. O que é? Como Ajudar?. ARTMED, Porto Alegre: 1999.
 
SCHONWALD, A; LECHNER, E. Transtorno de déficit de atenção / hiperatividade: complexidades e controvérsias: vol.18, 2006
 
BARKLEY, Russell A. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Manual para Diagnóstico e Tratamento. Artmed, Porto Alegre: 2008.
 
ROHDE, L. A. ; MATTOS, Paulo. Princípios e Práticas em TDAH. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Porto Alegre : Artmed, 2003. 
 
SUGESTÕES BIBLIOGRAFICAS
 
BÁLINT, S; CZOBOR, P; MÉSZÁROS, A; SIMON, V; BITTER, I. Deficiências neuropsicológicas no transtorno de déficit de atenção hiperatividade. 2008
 
CHACHAMOVICH E, Vieira GM, Pinzon V, Ketzer CR. Transtorno de déficit de Atenção / hiperatividade: revisando conhecimentos. Rev ABP-APAL: 1998
 
MATTOS, Paulo. No mundo da lua. Perguntas e respostas sobre Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade em crianças, Adolescentes e Adultos. Editora Lemos, São Paulo: 2005.
 
MIRANDA, Hubner Neto Marcílio. Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. EDUEM, Maringá: 2004.



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