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Opinião
Quarta - 06 de Maio de 2020 às 06:21
Por: Pedro Felix

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A todo momento o nosso Presidente Jair Messias Bolsonaro, quer ser diferente dos representantes da maioria dos países. Não por querer combater a doença atual espalhada pelo Covid.19, mas como um espetáculo circense, tentando fazer que cada ato seu se pareça com um show.

Se expõe em piruetas e acrobacias, expondo o país ao ridículo num “Panem et circenses” macabro, onde de um lado não governa, mas usa o cargo para se eleger em 2022. Esquisito isso não?

Como podemos entender a atitude política atual do país. Quem é este mandatário considerado, um louco, um assassino, um nazifascista, e para seus seguidores um Messias?.

Alguns pensadores buscam as ferramentas do passado para enquadrar Bolsonaro e atribuir a ele coisas que aconteceram no mundo e no Brasil, semelhantes as atitudes de Hitler, Mussolini e Getúlio Vargas entre os anos 20 e 45 do século passado.

Neste amplo manancial de conceitos, ele já se enquadrou em ser: Genocida. Fechando os olhos para as invasões em áreas indígenas, matando seus líderes. Deixando-os a deriva de garimpeiros, grileiros e madeireiros.

Autoritário. Disse em entrevista que a Constituição é ele.

Miliciano/Assassino. Ligações perigosas, com chefes e familiares de milicianos, dentro dos gabinetes da família e o caso da vereadora Marielle, são exemplos disso.

Ditador. Já disse várias vezes que 31 de março de 64 é o inicio da democracia no Brasil e quer a volta do AI-5.

Mitomaníaco. Acredita nas próprias mentiras. Em tempos de covid, disse que o vírus não entrava dentro das agências lotéricas, porque o vidro é antivírus e não deixa o Corona entrar.

Religião como plataforma política. Em tudo cita Deus, como algo acima de tudo e de todos. Usa uma espécie de seita para o aplaudir na entrada do Palácio do Planalto.

Belicista. Quer cada cidadão de “bem” ,armado até os dentes.

Populista. Usa mecanismos de marketing digital e fanáticos seguidores, geralmente evangélicos radicais, tutelados por suas lideranças; empresários; militares e milicianos, para parecer um ídolo adorado pela “Pátria Amada”, como ele intitula o seu governo.

Violento. Tanto ele como seus seguidores, querem resolver tudo em poucas palavras e com o usos intimidatórios da violência e por vezes chegando as vias de fato.

Corrupto. Com um slogan de honesto foi eleito praticamente com um único discurso, acabar com o PT, sinônimo de esquerda, corrupta e comunista.

Após sua entrada no poder, a família se envolveu e foi desmascarada como tão corrupta, quanto o PT que eles acusavam. E o Queiroz? As rachadinhas, repasse monetários à 1ª Dama,

Desumano. Em tempos de Covid/19 demonstrou se insensível com os mortos do vírus no Brasil. A frase forte dessa história o “E dai!’’, marcou sua posição como um sujeito sem preocupação alguma com a saúde da nação que comanda.

Anti-ciência. Não acredita na ciência e usa preceitos religiosos para desmenti-la. Tendo ao seu lado, intelectuais de direita que justificam suas ideias e chegam a afirmar que a terra é plana.

Está sempre cercado por lideres protestantes ricos. Estes comandam imensas igrejas, lotadas com trabalhadores sem muita criticidade que acabam virando rebanhos e repetindo o que o líder diz. Como eles dizem: “Tá tudo amarrado”, só que não.

Arrogante e machista. Em vários momentos com a imprensa, desmereceu a fonte jornalística , desqualificando repórteres, como foi o caso da jornalista Vera Magalhães, humilhada por ele na frente das câmeras de televisão de maneira ultrajante.

Infrator. Foi pego pescando em locais proibidos, sendo multado e depois perseguiu o fiscal do IBAMA, que o multou. Andou de Motocicleta sem capacete, Não usa máscara contra o vírus e diz que os exames deram negativos. Mas não mostra os resultados.

No entanto, ele permanece e cultiva um grupo de pessoas que o apoiam, brigam por ele e o vê como o salvador da Pátria.

Fragmentado. Fala em público hoje algo, e desmente ou remenda a amanhã. Ao falar do Edai!, logo em seguida disse que esta consternado com as famílias.

Disse que não era coveiro, diante dos números de mortes, para logo em seguida dizer que o Governo federal esta fazendo o que pode para ajudar.

Capacho dos EUA. Imita e se ajusta a política norte-americana, que no contexto de hoje é adversária econômica do Brasil. Desdenha a China , sua maior aliada no comércio internacional. Que o diga Blairo Maggi e o agronegócio de MT.

Adjetivos maléficos não faltam para desqualifica-lo do cargo que ocupa. Em todo seu tempo no legislativo, sempre foi do baixo clero, sem proeminência nenhuma.

Desprovido de liderança nacional e num piscar de olho virou salvador da pátria brasileira. Como entender esta peça teatral com grande sucesso no País?

Recentemente vi uma versão diferente do governo Bolsonaro. Que não pode segundo esta visão, ser comparado com instrumentos teóricos do passado e sim pela sociologia atual.

Bolsonaro é fruto do seu tempo. Tempos de ódio de um ser humano contra outro, que usa a violência para dirimir suas diferenças. Acusar o PT e o comunismo nacional e internacional, chamou junto a ele as igrejas que pregam uma guerra contra satanás.

Direcionar o conceito maléfico ao Lula e seguidores, como também ao comunismo que nunca viu com bons olhos igrejas, foi algo magistral, A guerra marcou esta faceta do governo Bolsonaro, que em conluio com lideres ditos espirituais, se completam pois querem a mesma coisa. A guerra!

Colocar cargos estratégicos nas mãos de seus irmãos de arma tem dupla direção. O Incauto vê como pessoas que vão proteger o patrimônio do Brasil, contra os ex-diretores corruptos anteriormente.

Outros veem neste ato, uso da força militar para intimidar, dar medo na oposição esfacelada e sem liderança real que os una.

Bolsonaro contra o mundo. Sim é assim que ele quer ser visto. Como manter sua imagem ativa, diante de um fracasso econômico, do chamado pibinho? Bolsonaro quer salvar a sí mesmo.

O projeto de Bolsonaro é espalhar discórdia e no dia seguinte pedir desculpas. Não se preocupa com o que está se passando no Brasil e no Congresso Nacional. Como não tem projeto, seu projeto é o próximo governo em 2022.

Trabalha de forma frenética na confecção de micro ideias, transformadas em “memes”, que segundo denúncia da oposição são espalhados por seus robôs e seus seguidores que espalham virulentamente pela redes sociais, em tons mentirosos e intimidatórios. O ódio como arma governamental.

Quem se atrever a entrar em colisão com ele, é retirado imediatamente do governo, persegue e imputa a quem ele acha que é contrário a ele , com acusações sem provas.

Segue a mentalidade dos seus seguidores, como ilações cognitivas como: E dai, não sou Messias, não faço milagres, taokey?, livro didático tem muitas palavras, etc, etc, etc.

Formado na arma de artilharia, disse certa vez em entrevista. O que sabia fazer? Respondeu, aprendi a matar.

O grupo empresarial encontrou em Bolsonaro e seu Ministro da Economia Paulo Guedes, uma dupla que estaria pronta para finalmente implantar o projeto neoliberal de Estado Mínimo.

Em outras palavras retirando o máximo possível de direitos trabalhistas, e sujeitando o hipossuficiente as unhas do patrão. Na visão deles, o bom é não ter direito, garantias. Guilhotina trabalhista.

O que dizer do grupo evangélico? Tá tudo amarrado, amordaçado, com uma ideologia, que prega uma guerra de bem contra o mal. Sempre se veem como o lado bom, positivo e quem não estão com eles, pertence ao outro lado, e estes, ou são convertidos, ou perseguidos.

A mente já adocicada com este lado bipolar, uns 30% dos brasileiros deslocaram seus ódios para a esquerda e a adoração inconteste no Messias deles.

Uma manada, como gado gritam e agridem, esperneiam, perseguem e alguns até matam por está a serviço de Deus. E como disse seu Messias terrestre, Deus acima de tudo. Nunca se falou tanto em Deus, e na contra mão fazem um monte de atrocidades.

Bolsonaro navega seu governo igual a sua personalidade, agregando para isso os evangélicos encabrestados, um empresariado ávido pelo fim dos direitos dos trabalhadores e militares no governo. Ou está com ele ou contra ele.

Em suma é um governo “bate e volta”. Os atos verbais na mídia são de uma contradição constante, em menos de 24 dá uma versão diferente do ato anterior. É um governo bem “famiglia”, formado por ele e seus três filhos.

E o Covid? Não interessa , os olhares estão voltado para 2022 e guilhotina qualquer político que ofereça perigo neste sentido. O último degolado foi o Moro.

O governo Bolsonaro pode ser comparado com o deus grego Narciso, só enxerga através do espelho.




Pedro Felix, Professor e analista político.



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