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Opinião
Terça - 07 de Julho de 2020 às 05:42
Por: Frankes Siqueira

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O aspecto comunicacional da sociedade no século XXI está sendo construído de forma inovadora, onde constantemente novas formas de comunicação batem à nossa porta.

Essa liberdade também tem gerada várias crises pois as diversas retóricas sobre um determinado fato muitas vezes nos colocam como agentes receptores em uma completa confusão mental. Isso em todos os âmbitos inclusivo o político, pois muitas pessoas de forma proposital ou não, instigam a população a tomar uma posição cada vez mais radical quanto as ações dos agentes políticos.

Nos últimos anos, após uma grande renovação nos quadros políticos, algo que é bastante positivo para a democracia, muitos jovens passaram a ocupar os espaços de poder. Boa parte dessa nova leva de políticos, pautam e são pautados pelas redes sociais, algo positivo pois fomentam a liberdade de expressão, e fortalecem o sentido do sistema representativo já que como diria o célebre ditado “a voz do povo é a voz de Deus”.

Porém, como tudo no sistema algumas distorções são criadas, e elas devem ser avaliadas com neutralidade, para percebermos se algumas narrativas não fogem do papel social do político, bem como se não seria o caso de uma abordagem diferente por quem fala, e de uma visão mais crítica da população que é o receptor da mensagem.

O aspecto comunicacional da sociedade no século XXI está sendo construído de forma inovadora

A exemplo quero trazer à baila o seguinte fato: o governo estadual montou no ginásio Aecim Tocantins um depósito de suprimentos para o combate ao covid-19, segundo o Tribunal de Contas (TCE) baseado na Lei 4.320/64 as etapas da despesa são compostas pelo empenho, liquidação e pagamento, ou seja, infelizmente para manter a legalidade é necessário que todos os equipamentos sejam entregues e depois de conferidos possam ser distribuídos a quem de direito.

Acima usei a palavra infelizmente porque esse processo legal impõe ao gestor público uma morosidade que podem causar perdas ainda maiores de preciosas vidas.

Várias correntes de watts zap circularam na semana anterior sobre o pretenso represamento dos equipamentos. Pois bem, a beleza do uso da internet está exatamente na possibilidade de informar de maneira livre, passando seu ponto de vista.

Por outro lado, em um momento delicado como o que estamos vivendo precisamos ter muito cuidado em não surfar na onda da doença, pessoas públicas devem buscar apaziguar e tentar fazer a leitura real dos fatos, o ambiente da internet precisa ser melhor utilizado, e estamos sim aprendendo, vamos modificar muitos comportamentos ainda, mas temos que garantir o cuidado devido para que a nossa liberdade, bem tão precioso, não seja atacado em virtude do nosso “mal uso”.

No cenário de hoje, com o espectro triste de demonização da política, afastamos pessoas que estão realmente preocupadas com sua honra pois quem quer ver seu nome sendo jogado na lama por notícias erradas, mal explicadas ou até mesmo maldosas?

Como cidadão vejo que criamos um país de “espertos”, sendo, portanto, necessário um controle mais rigoroso em relação ao desembolso dos parcos recursos públicos.

Mas percebo gestores públicos sendo acuados pelas amarras jurídicas legais, com isso, titubeiam em fazer compras de equipamentos essenciais neste momento, correndo o risco de ter seu nome execrado por todos os tipos de mídia e carregar um processo para o resto de suas vidas.

Ser um ordenador de despesa na pandemia é de decidir salvar vidas e manter seu CPF limpo, à exemplo de várias operações no Brasil inteiro que investigam o mal uso das verbas públicas no combate ao Covid-19, e também de empresas que passaram a vender produtos de saúde por preços mais de 3 vezes cobrados antes da pandemia.

Como cuiabano não desejo que o poder público municipal ou estadual executem suas ações fora da ética institucional, mas entendo também que há espaço para criação de leis que diminuam a burocracia, com o objetivo de mostrar resultados em políticas públicas mais eficientes para a população.

Por isso entendo que o imbróglio que muitas vezes envolve o prefeito da capital com alguns dos vereadores, ou o governador do estado com alguns dos deputados possa ser uma oportunidade ímpar de quebrarmos um paradigma, e construirmos uma sociedade mais ética e compromissada com o bem comum, onde “vaidades” e “achismos” sejam colocados em segundo plano, que o objetivo seja de diálogo entre ambas partes, que as atribuições e competências desses poderes sejam cumpridas com harmonia e paz social, a fim de atrair pessoas boas para a política, gente como eu e você que queremos mudanças efetivas, e um desenvolvimento justo e equilibrado.

Frankes Siqueira é doutor em cultura contemporânea e professor.



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