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Opinião
Sexta - 02 de Dezembro de 2011 às 16:04
Por: Mario Eugenio Saturno

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Em um tempo globalizado pela TV via satélite desde 1969, quando o homem deixou a Terra e pisou em outro astro, a Lua, vivemos um novo paradigma existencial. As religiões tradicionais - e sérias - perderam espaço para as imediatistas, milagreiras - cristãs ou esotéricas -, que prometem retorno financeiro, em suma, promovem o egocentrismo, disfarçado de sucesso e arrogância de humildade. Assim, refletir sobre Natal e a Sagrada Família não só é tema atual como necessário.

Até os meus 22 anos, fui ateu! Eu era platonista, sexo só servia aos propósitos da reprodução. Isso até minha conversão - uma historinha sem graça, é verdade! Depois de tanto pesquisar psicologia e filosofia, - em um momento de muita paz iniciei a leitura do Evangelho e a "nova mensagem" soou convergente e eu cri!

Desde criança, tive como ideal formar uma família e ter muito mais sucesso que meus pais na empreitada. Justamente, meu primeiro choque foi saber que o sexo também era para o prazer e o casal deveria vivê-lo. E quem mostrou isso foi o padre mais santo da cidade - a única unanimidade entre os catanduvenses, católicos e não-católicos. É claro que meus conterrâneos mais velhos já pensaram no Pe. Synval. Apesar dos outros padres não terem tamanha veneração foram importantes para a Igreja, como o Pe. Sylvio, que teve muita paciência comigo e promoveu meu crescimento. A Igreja deu-me força para superar as adversidades e me colocar em uma situação em que nunca fui tão feliz!

E se existe uma época de felicidade, certamente é a do Natal. Tenho grandes recordações de criança. E falar de Natal é falar de Jesus e da Sagrada Família que não existiria se não fosse a coragem e o coração magnânimo de José que ficou tentado a abandonar a esposa grávida. Verdadeiro espírito de soldado, aceita a missão e cumpre as ordens divinas com determinação e resiliência. Não se intimida, vai ao Egito, retorna, visita Jerusalém, fica aflito, trabalha para a família até encontrar a morte. Talvez seja por isso que a Igreja o considere padroeiro da boa morte (CIC §1014). Certamente é exemplo para todos os homens.

É claro que Deus não precisava de um pai e uma mãe humana, isso apenas nos mostra seu imenso amor por nós. Cristo quis nascer e crescer na Sagrada Família. E a Igreja não é outra coisa senão a "família de Deus". Desde suas origens, quando se convertiam, desejavam também que "toda a sua casa" fosse salva (§1655).
 
O Concílio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de "Ecclesia domestica". E no seio da família que os pais são "para os filhos, pela palavra e pelo exemplo... os primeiros mestres da fé. E favoreçam a vocação própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada" (§1656).

Assim, cada pai e cada mãe saiba que é chamado a fazer da sua uma sagrada família, dedicando a ela, como São José, todo seu esforço e seu amor. Desta forma teremos um mundo mais feliz!

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)



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