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Opinião
Sexta - 07 de Agosto de 2020 às 11:08
Por: Renato Gomes Nery

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Pavilov foi um cientista russo que descobriu o reflexo condicionado que ficou conhecido como “Reflexo de Pavilov”. Em que consistia: no condicionamento da mente sem necessidade de aprendizado. Partiu-se da salivação dos cachorros quando sentiam o cheiro de alguma comida. Pegou-se vários então vários cachorros e diversas caixas de madeiras. Em cada uma dessas caixas se colocavam alguma coisa como alimentos e água. E para cada uma se inventou uma batida diferente. Por exemplo, uma batida compassada significava que estava na hora de beber água e um batida mais apressada significava que estava na hora de comer ou a resposta a outros estímulos, mesmo quando não se tratava de coisas específicas.

A partir dessa experiência, descobriu-se que somos reféns de condicionamentos e que respondemos regular e religiosamente a eles, o que ajudou a compreender a aprendizagem associativa do condicionamento clássico. Esta foi a porta aberta para condicionamentos individuais e coletivos que se instauraram a partir daí. Ficou a certeza de que uns em resposta a estímulos de determinadas ideias ou causas se transformam em entusiastas e ou outros em fanáticos, pois temos uma vontade atávica de acreditar.

Este reflexo é exaustivamente utilizado nos meios de comunicação para fidelizar e criar hábitos os mais diversos nas pessoas. Por exemplo, a sede faz-se associar a determinado refrigerante e a fome a fast-food, devido a massiva propaganda que se faz destes produtos e suas marcas.

Líderes dos mais diversos matizes usam e abusam dos ensinamentos do médico Ivan Petrovich Pavlov que começam na fisiologia e adentraram para o mundo das comunicações, dando ao seu descobridor um Prêmio Nobel em fisiologia de 1904. Um exemplo manifesto desta assertiva, no Brasil, foi quando se falava em corrupção lembrava-se do “caçador de marajás” para citar um exemplo mais antigo. As insistentes aparições públicas de um político e seu bom mocismo comendo sanduiche ou lavando pratos na cozinha são sintomas manifestos da aplicação da teoria do Reflexo Condicionado de Pavilov.

As contingências deste cansativo isolamento e a massiva e diuturna insistência, em deixar a pandemia que nos assola em pauta, pelos meios de comunicações, tonou a mente uma prisioneira do reflexo condicionado de Pavlov. E eu estou enfarado dessa doença (COVID 19), do seu uso político, do seu mal gerenciamento e, sobretudo, das progressivas mortes que ofendem “o fio desempacado” que se tornou a minha cansada sensibilidade. Escrever novamente sobre ele é repeti-lo “ad infinito” e ajudar a torna-lo ainda maior e mais corrosivo.

Na semana que vem, espero dissipar este estado de ânimo e brindá-los com alguma coisa mais interessante.

Renato Gomes Nery. E-mail -rgnery@terra.com.br



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