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Opinião
Quinta - 22 de Outubro de 2020 às 10:10
Por: Renato Gomes Nery

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Em uma volta curta por Cuiabá, podemos identificar além das obras públicas que “enfeiam” a cidade, diversos tipos de pedintes em semáforos, cruzamentos e elevados.

Os mais comuns são nossos conterrâneos que são portadores de necessidades crônicas, alguma doença ou deficiência e os venezuelanos que se somaram aos haitianos.

A situação é degradante e a comprovação de que a sociedade não consegue ou não quer resolver os problemas destas pessoas que vivem à margem da sociedade.

Não sou especialista, mas acho que o Poder Público dispenderia de muito pouco se encarasse este problema de frente e tentasse ao menos resolvê-lo para livrar estas pessoas da miséria e da indigência, retirando-as das ruas o atestado que damos da nossa impotência, indiferença, descaso e da negação do nosso espírito cristão.

Parte desta questão foi criada por um administrador que resolveu que o Brasil precisava fazer alguma coisa para conseguir um lugar para o País no fechado Conselho de Segurança da ONU. Então lhe ocorreu em ajudar o Haiti, que além de extremamente pobre, passava por severos perrengues de acidentes naturais.

A mão foi estendida para aquele País como se não tivéssemos por aqui problemas suficientemente graves. Não tivemos e não temos historicamente qualquer laço de ligação com o Haiti.

Quem colonizou o Haiti foi a França, uma da maiores economias do mundo, e que inclusive tem uma sua extensão política, na América do Sul, pois a Guiana Francesa é parte do território francês. Enfim, fomos tomar da mão dos outros o abacaxi que não era nosso, com os desdobramentos conhecidos.

Com relação a Venezuela nossa vizinha, acometida por administrações ruinosas, não podemos nos furtar, também, a dar abrigo aos refugiados que vieram para as nossas fronteiras e ora vagam miseravelmente pelas ruas das nossas cidades, com cartazes em português pedindo ajuda, pois não falam esta língua.

Enfim, a miséria do mundo é grande e está em todo lugar, agravada pela cruel pandemia que aumentou geometricamente os que vivem na marginalidade.

Cristo disse que “sempre haverá pobres entre vós”. Entretanto, com um pouco mais de sensibilidade poderíamos minorar a vida daqueles que sofrem as agruras da vida, com pequenos gestos individuais, mas também obrigando os candidatos, nesta época de eleição, a ter uma agenda positiva para essa gente, aplacando a nossa culpa e assegurando o nosso lugar na eternidade.

P.S. no caso dos venezuelanos, são as mulheres que vão para as ruas acompanhadas dos filhos e se resignam a pedir a ajuda. Enfim, as mulheres, sempre elas, que se sujeitam a qualquer humilhação para minorar as aflições da família.

Renato Gomes Nery é advogado.



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