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Opinião
Segunda - 24 de Outubro de 2011 às 00:25
Por: Pedro Cardoso da Costa

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De novo a história de corrupção se repete com um ministro do governo federal e os argumentos de defesa dos corruptores, também. Como cartilha, também, já se tornou o apoio dos superiores, especialmente do chefe do Executivo do corrupto da vez. Essa introdução poderia ser sintetizada como ”o Brasil definitivamente se tornou uma fábrica de corromper dinheiro do seu povo”. Com maior ou menor resistência, nos próximos dias mais um ministro cairá. Traria menos desgaste se o tempo fosse o menor possível, assim como pregaria a marca de intransigente com a corrupção na atual gestão da presidenta Dilma Rousseff. Além de ficar fixado de forma permanente o recado aos próximos ministros que, se tiverem alguns casos de corrupção para transbordarem, deveriam tirar o time de campo antes de desgastar o governo.

Orlando Silva foi veemente ao negar as acusações. Todos negaram.  Orlando Silva despachou com os algozes, mas não os conhecia. Todos desconheciam inicialmente seus delatores. Ressaltou a necessidade de preservar sua honra. Esse requisito já foi desmoralizado pelos reincidentes Antonio Palocci, bi-ex-ministro, e o ex-senador e governador José Roberto Arruda. Faltou chorar; mas esse item nunca foi unanimidade. Só alguns mais ilibados como Joaquim Roriz e Hildebrando Paschoal conseguiram atingir tal clímax.

Desta feita o ministro foi mais enfático e bem mais longe. Chamou seus acusadores de bandidos. Não existiu um anterior que não tenha feito o mesmo. Esqueceu-se, novamente igual a todos, de que esses bandidos os acusam de devolver a ele, ministro, percentual de dinheiro público que lhes foi confiado e repassado pelo ministério dirigido por ele. O ministro deveria ser obrigado a responder imediatamente qual a classificação de um servidor público que entrega dinheiro da sociedade nas mãos de bandidos.

Nossa presidenta já adquiriu experiência em denúncias de corrupção e já sabe muito bem que as explicações dos anteriores não foram convincentes, que resultaram no nocaute de quatro ministros. Ainda que sempre haja menção aos órgãos próprios de apuração, nenhum brasileiro tem conhecimento como andam os processos sobre as acusações anteriores. Esse argumento já foi desmoralizado e a atual presidenta só utilizou no início. Percebeu a tempo que política vai além.

Todo ato de corrupção compõem-se de condutas que são antídotos dos princípios constitucionais que norteiam a Administração Pública. Começa por driblar ou camuflar o da Legalidade, pois esconde os verdadeiros objetivos da contratação. Não há impessoalidade, pois os dirigentes são da confiança dos órgãos públicos envolvidos, pois é em razão dessa relação que são firmados os convênios, ainda que sejam os mais repetitivos e negados. Publicidade só há após as denúncias. O da Moralidade é ferido de morte e o da Eficiência, a quantidade de medalhas dos desportistas brasileiros em Olimpíadas fala por si. O Brasil tem vinte medalhas de ouro em toda história olímpica, enquanto os Estados Unidos já levaram 950.

Essa denúncia tem o agravante da negligência, uma vez que o noticiário informa que, há cinco anos, o Tribunal de Contas aponta irregularidades no programa. Amadoristicamente, o noticiário não apresenta relatórios nem quais as irregularidades. E,também , por  estar ligadas ao esporte, área que o Brasil  sediará seus dois maiores eventos, com o chefe maior do futebol investigado pela Polícia Federal e o representante máximo da República nessa área, acusado de receber caixas de dinheiro na garagem do Ministério.

Como a maior veemência à dos acusados negarem conhecer seus acusadores no início de toda denúncia de corrupção, faz-se necessário retrucar a justificativa recorrente de muitos corruptos dissimulados de que estes fatos não devem ser apurados por atrapalharem a gestão. Mais do que necessário, é de extrema relevância que as pedras desse dominó nefasto sejam todas derrubadas. Só assim este país pode destruir essa ratazana do dinheiro público, principal marca do estado brasileiro.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP

Bel. Direito

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