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Opinião
Quinta - 05 de Agosto de 2021 às 12:09
Por: Michelle Leite de Barros

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Nossa vivência é marcada por alguns pensamentos bem clichês em que uns insistem em reproduzir, seja por ignorância, seja por ódio. Cito exemplos para entenderem melhor: “Feministas não se depilam”; “feministas queimam sutiãs”; “feministas odeiam homens”.

Para começar, jamais nenhum sutiã foi queimado como forma de protesto feminista. Durante o concurso Miss America, em 1968, houve uma manifestação de ativistas em que colocaram no chão e no lixo sutiãs, sapatos de salto alto, cílios postiços, maquiagens, revistas feministas, cintas, sprays de cabelo dentre outros objetos onde a queima foi simbólica.

O objetivo era acabar com a exploração comercial da aparência feminina, na qual a mídia usa para “acorrentar” mulheres em padrões e fazer disso um lucro.

Feminismo tem tudo a ver com liberdade. Liberdade de ser quem quiser ser. Não se depilar é uma escolha de cada mulher. Se não se depilar fosse obrigação, não seria liberdade, não seria feminismo.

Nossa vivência é marcada por alguns pensamentos bem clichês em que uns insistem em reproduzir, seja por ignorância, seja por ódio

Nós não odiamos os homens, pelo contrário, queremos que cada vez mais eles se juntem ao nosso movimento na busca por direitos iguais. Quanto mais pessoas lutando por respeito melhor. Aliás, melhor não só para as mulheres, mas para a coletividade.

O fato de muitas de nós já termos abolido de nossas vidas sutiãs, maquiagens, saltos e outros objetos que julgam sermos obrigadas a usar não nos faz menos mulheres, nos faz donas da nossa própria vontade. Sutiã aperta, salto alto incomoda, um tênis sim é um bom parceiro para todas as horas. Um homem não precisa trabalhar de salto alto, por que precisaríamos?

Um homem não precisa estar com as unhas pintadas toda semana, por que precisaríamos?

Devemos ser livres em nossas escolhas. E o feminismo tenta alcançar essa sonhada liberdade. Fazer chacota com depilação não nos atinge mais, porque já evoluímos quanto a muitas formas de pressão estética, o que nos parece é que o machista não evolui em suas ideias e a chacota acaba virando ele mesmo.

Já não ficamos mais com raiva de comentários como “ela é feminista, tem pelos nas axilas”, ficamos com pena... de você.

O mundo vai continuar evoluindo, a escolha é sua se vai ficar para trás ou não. Só não esqueça que não vamos retroceder. Agora que começamos, vamos até o fim.

Michelle Leite de Barros é advogada, servidora pública municipal e mestranda em Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT.



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