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Opinião
Domingo - 24 de Outubro de 2021 às 08:48
Por: Talita Galvão

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Do frasco para a panela, da panela para a pia e da pia para a rede de esgoto, certo? No que se refere ao óleo de cozinha usado, essa afirmação está errada.

Se existe um lugar ao qual ele não pertence, certamente é o sistema de esgotamento sanitário. O motivo é simples: em função de suas características estruturais, ele pode provocar danos severos às tubulações, aderindo às paredes dos canos e gerando entupimentos. Resultado: dor de cabeça dentro de casa e um problema a mais para a saúde dos rios e córregos.

Quando explicamos as razões pelas quais o óleo não deve ir para o sistema de esgoto, uma analogia costuma ajudar bastante na compreensão. Vamos imaginar que as tubulações são como nosso sistema vascular. Quando consumimos gordura em excesso, as placas aderem às paredes das artérias e veias, gerando obstruções que impõem riscos à nossa saúde. O contexto do saneamento é semelhante a este.

Quando explicamos as razões pelas quais o óleo não deve ir para o sistema de esgoto, uma analogia costuma ajudar bastante na compreensão. Vamos imaginar que as tubulações são como nosso sistema vascular

O óleo descartado pelo ralo vai “grudando” nas paredes internas dos encanamentos, criando um “efeito adesivo” em relação a outros elementos – como restos de comida - que estão trafegando pela tubulação. Como consequência vêm os extravasamentos, que podem ocorrer tanto internamente quanto no sistema público de coleta de esgoto. E o problema não para por aí: ao chegar nas estações de tratamento (ETEs) em forma de gordura, ele pode danificar equipamentos, impactando a eficiência do serviço.

A boa notícia é que Cuiabá, demonstrando novamente ser uma das capitais brasileiras que mais priorizam o saneamento básico, por meio da Águas Cuiabá, abraçou a expansão do Projeto Levo (Local de Entrega Voluntária de Óleo). Como gestora de sustentabilidade da concessionária, atuar em prol da expansão da iniciativa da startup de educação ambiental Teoria Verde é mais que um motivo de alegria: é a certeza de que estamos construindo em nossa cidade a consciência ambiental necessária à conservação dos recursos naturais.

O trabalho conta com a parceria da Biomavi Reciclagem, empresa responsável pela compra e especializada na reutilização do material coletado. Com a adesão da concessionária, o projeto, que já dispunha de 67 pontos de coleta distribuídos nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande e Sorriso, ganhou mais 17 locais de recebimento do óleo de cozinha usado. A maior parte deles está posicionada em escolas públicas municipais da capital, como fruto do apoio da Secretaria Municipal de Educação (SME). Duas grandes redes de supermercados deram as mãos ao Levo, abrigando, também, unidades de coleta do produto.

Em retribuição ao engajamento da comunidade, os recursos provenientes da venda do óleo coletado são utilizados em ações socioambientais, dentre as quais a realização de projetos de educação. Todo o valor arrecadado será revertido às escolas participantes, em dinheiro ou melhorias estruturais.

Uma ação como essa nos enche de otimismo. Isso porque, a sustentabilidade não consiste em apenas um conceito. É algo possível de ser feito, desde que haja foco, conhecimento técnico e vontade. Por isso, convido você a prestigiar o Levo, entregando seu óleo de cozinha usado nos locais habilitados a receber o produto. Os endereços estão disponíveis no nosso site (www.aguascuiaba.com.br). O meio ambiente agradece e, generoso por essência, certamente retribuirá a todos nós.

Talita Galvão é coordenadora de Sustentabilidade da Águas Cuiabá



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