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Opinião
Quarta - 10 de Novembro de 2021 às 15:28
Por: Vanessa Moraes

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Neste dia 10 de novembro, o Brasil comemora o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, instituído em 2017 com o propósito de educar, conscientizar e prevenir a população brasileira que tem, aproximadamente 5,8 milhões de pessoas com algum grau de surdez.

A surdez pode ser congênita (a pessoa já nasce e em sua família alguém possui surdez) ou adquirida (quando acontece após o nascimento) e pode ter diferentes graus e tipos, podendo afetar pessoas de qualquer idade sob variadas causas.

Doenças maternas durante o período gestacional como a sífilis, rubéola e toxoplasmose, assim como o nascimento prematuro, baixo peso ao nascimento, uso prolongado de medicamento e alterações congênitas também podem acometer a integridade auditiva dos recém-nascidos. Por isso, a orientação médica pré-natal e a vacinação contra a rubéola na adolescência, se fazem precisas. É lei nacional que se realize o “Teste da Orelhinha” nos recém-nascidos antes de saírem da maternidade. Se o bebê não passa neste teste, o reteste é obrigatório e confirmando alterações a perda auditiva deve ser investigada. Se o bebê com perda auditiva inicia o uso de aparelhos auditivos e terapia fonoaudiológica até os 6 meses de idade, ele terá as mesmas condições de desenvolvimento da fala que um bebê que nasceu com audição normal.

Ao percebermos baixo rendimento escolar, queixa de criança desatenta, pouco interesse por atividades escolares, a audição deve ser investigada. A presença de cera nos ouvidos, infecções recorrentes , distúrbio do processamento auditivo central e até mesmo a perda auditiva devem ser descartadas antes de rótulos limitantes e indesejáveis para estas crianças.

No mundo a maior causa da perda auditiva é a exposição ao ruído. Ele pode estar presente no trabalho, no lazer e em atividades de nossa vida diária. Os jovens, especialmente, não se contentam em usar seus fones de ouvidos em intensidade baixa ou moderada. É preciso um volume aumentado. E aí que está a grande geradora de surdez e também de zumbido nos ouvidos. Aos trabalhadores expostos ao ruído o uso de protetores ou abafadores de som são indicados, bem como exames de audição periódicos. E em nossos momentos de lazer, come em discotecas e shows, a consciência de que quanto maior o ruído, menor deverá nosso tempo de exposição para que não aconteçam lesões irreversíveis nas células de nossos ouvidos. Essa lesão possivelmente seja irreversível, não havendo cirurgia e nem tratamento, sendo necessários o uso de aparelhos auditivos.

A partir dos 45 anos de idade, temos o declínio natural da audição devido ao nosso envelhecimento. Ele começa de maneira gradual e alguns comportamentos como solicitação de repetição, aumento do volume da TV, não escuta telefone e/ou campainha, dificuldade em compreender quando mais de uma pessoa está falando, isolamento, irritabilidade, cansaço, perda de interesse pelos encontros entre amigos e/ou familiares são alguns dos comportamentos que sugerem a perda auditiva. Essa perda auditiva não pode ser desprezada, pois estudos relacionam o aparecimento de demências em 70% dos casos não tratados com o uso dos aparelhos auditivos.

Independente da causa ou grau, os prejuízos da surdez são impactantes na vida das pessoas. O atraso no desenvolvimento da fala e linguagem, o desenvolvimento acadêmico abaixo do esperado , as relações interpessoais comprometidas, podendo levar o indivíduo a se sentirem inseguros, deprimidos, exaustos pelo esforço excessivo em escutar o que lhe é dito.

Mais uma vez, prevenção e atitude imediata após o diagnóstico.

A falta da audição nos mantém desconectados. Isso não é saudável para o deficiente auditivo e nem para a família na qual se encontra inserido.

Vamos devolver o sentido, pois faz sentido, quando o sentido é ouvir e ser melhor ouvido.

Vanessa Moraes – Audiologista - @fonovanessacmoraes



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