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Opinião
Domingo - 14 de Novembro de 2021 às 09:07
Por: Renato de Paiva Pereira

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Com a aprovação provisória da PEC do Calote, a iminente filiação do Bolsonaro ao PL e a entrada do Moro no Podemos, começa a formar o grid da corrida presidencial para o próximo ano.

Dos 11 candidatos que a mídia nacional divulga, só quatro apresentam no momento alguma chance na disputa. Por ordem de preferência manifestada nas pesquisas de intenção de votos, aparece o Lula que tem quase o dobro dos votos do segundo colocado, que é o Bolsonaro. Depois vem o Moro e o Ciro, cujos possíveis votos somados, não alcançam o número dos que dizem votar no Presidente.

Mas a nossa situação não é boa. Por um lado, temos o Lula liderando com folga na preferência dos eleitores e por outro, o reforço que a PEC do Calote dá à candidatura Bolsonaro. Ela abre espaço no orçamento público para as emendas parlamentares e, principalmente, permite o auxílio emergencial de 400 reais aos mais pobres.

Por um lado, temos o Lula liderando com folga na preferência dos eleitores e por outro, o reforço que a PEC do Calote dá à candidatura Bolsonaro

As emendas parlamentares são a forma mais explícita de comprar apoio político, prática comum de todos os governos brasileiros. Já o auxílio para os pobres – expediente usado desde o Fernando Henrique, é a forma mais eficaz de conseguir votos do eleitorado desvalido.

Sobre os votos conseguidos através deste benefício, me parece um efeito colateral indesejado de uma ação saudável. Condeno o discurso da elite, quando atribuem à falta de consciência política dos pobres, quando estes votam nos que lhes prometem um auxílio-alimentação.

Se do lado interno do Balcão (o do político) não há dúvida que a ação é de compra, do lado de fora(o dos eleitores), trata-se de um ato desesperado de quem não tem alimento para mitigar a própria fome e a das crianças que gerou. Assim é natural que cada pobre retribua com o voto a quem, ainda que momentaneamente, saciou - ou prometeu saciar - a fome de sua família.

Eu acho uma crueldade imputar desonestidade ou crime a quem, por imperiosa necessidade de sobrevivência própria e dos familiares “vende” o voto.

Consciência política para eles é uma abstração que nem de longe rivaliza com premência real e diária por feijão e farinha. Nem ousam desejar carne, pois esta, mesmo de terceira e em pequena quantidade, só é permitida no dia do recebimento do auxílio.

Deixemos, entretanto os desvalidos entregues à própria sorte – pois nisto somos especialistas - e voltemos às eleições presidenciais que eram o objetivo deste artigo.

O Bolsonaro provavelmente vai conseguir distribuir os 400 reais mensais para 17 milhões de necessitados, mas contra ele pesam a inflação descontrolada, a gasolina nas alturas, o desemprego que não cede e, principalmente, 600 milhões de mortes pela covid.

O Lula está na frente, muito na frente, mas será que suporta a exposição continuada dos malfeitos do PT e dele mesmo, até o dia da eleição?

O Moro, o terceiro colocado, por enquanto é uma promessa. Ele já foi o queridinho do Brasil, antes que o Bolsonaro, o Lula, o STF e os políticos se unissem para derrotá-lo. Hoje tem muitos e poderosos inimigos, que vão atacá-lo durante a campanha.

Dos três, qual lhe parece o mais confiável?

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor



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