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Opinião
Segunda - 10 de Janeiro de 2022 às 14:52
Por: Paulo Lemos

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Qualquer emoção exagerada, seja paixão ou cólera, melancolia ou euforia, pode nos submeter a um estado de insanidade temporária, ou insensatez, se preferir.

O velho Aristóteles já dizia que a medida do meio, o equilíbrio entre os polos, é a rota de harmonia que podemos praticar para nossas vidas.

Hoje, quando me percebo em algum extremo de estado de espírito ou sentimental, busco me abstrair de mim mesmo, evitando a caverna do egocentrismo.

Isso, para compreender minha condição atual e procurar desenvolver a capacidade de amar, em qualquer circunstância.

É um exercício que começa na dimensão intangível, para ser dado continuidade no concreto.

Muitas vezes, é preciso se contrariar, sentir dor no coração e promover uma mudança de mentalidade, para encontrar o caminho da força, fé, esperança, felicidade, amor e paz.

Qualquer emoção exagerada pode nos submeter a estado de insanidade temporária

Para encontrar a vida autêntica que valha à pena ser vivida, sem traços de mediocridade, só nascendo de novo, em vida, sem precisar voltar para o ventre materno, mas para frente sempre.

Todavia, é preciso encontrar a espiritualidade, propósito e sentido dentro de nós mesmos, sendo algo de dentro para fora, não uma doutrina ou conjunto de dogmas a alienar nossa condição/possibilidade de encontrar a verdade e liberdade.

Não se trata de perguntarmos para a vida o que ela guarda para nós, e, sim, respondermos, em ação concreta, o que ela pode esperar de nós. Somos agentes ativos, não passivos, da história.

Todo "ísmo", se considerado como alguma coisa que revela algo fechado, que defenesta outras formas de pensar, ser e existir, torna-se um problema, fecha a mente e impede o diálogo e interação com o diferente, não só com a gente.

Porém, parece ser o "egoísmo" o gênero dos demais sistemas fechados de princípios e valores, sempre voltados para si, como sendo um fim em si mesmo e aliena o indivíduo do resto do mundo e retira dele a oportunidade de se conectar com a natureza e a humanidade, com as leis físicas e espirituais, pervertendo seu estilo de vida, em todas as áreas.

Para cortar essa erva daninha pela raiz é necessário desenvolver a capacidade de amar, de preferir paz à se ter razão, de não praticar insanidades por ego ferido.

É preciso, muitas vezes, contrariar o ego, colocando-me no lugar do outro para compreender e ajudar, ao revés de para julgar e maltratar, e recomeçar, da forma abaixo:

"É ter a coragem de começar de novo. É ter coragem de eliminar o que não vale a pena, reconhecer e aprender com os erros e ir em frente. É reunir forças que imaginava não possuir e construir uma nova casa no lugar da velha. Para poder recomeçar, é preciso ter no coração a convicção de o que tudo que é bom também deve ser refeito e reinventado. Tomar posse dos seus valores, das suas crenças, ser leal às suas verdades, do que norteia a sua vida para abrir portas de liberdade, janelas de confiança, assentadas sobre tijolos de verdade e justiça. Para recomeçar é necessário que nunca acabe o amor." (Kadomoto, Tadashi)

Assim, faço votos de que os nossos propósitos de vida se realizem, conferindo máximo e qualificado sentido a elas, e que a espiritualidade se adone de nossas mentes e corações.

A fim de pavimentar um caminho de muita paz e luz, para nossa caminhada conjunta e irmanados, sempre em busca da concretização de princípios universais evolutivos da nossa condição humana e de despertar dos nossos espíritos para a vida como ela é e para a realidade que transcende o plano sensorial.

Paulo Lemos é advogado, professor universitário e escritor.



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