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Opinião
Quarta - 31 de Agosto de 2011 às 08:39
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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Manifestações de protesto com diferentes motivações na Europa, África e Ásia, revolta popular contra governos ditatoriais do Oriente Médio, a crise econômica que em 2008 colocou o capitalismo a reboque do cofre público e hoje se alastra, ameaçando dezenas de países. É bem provável que estejamos virando um novo ciclo da moderna história político-econômica e, se for isso, não há quem segure. Melhor é tentar compreender o que está ocorrendo em vez de remar contra a maré.
           
A grande quebra dos mercados, em 1929, que afetou todo o mundo, só foi percebida quando já instalada e provocando milhares de vítimas a partir da Bolsa de Nova York. Trinta e nove anos depois, em 1968, as manifestações por liberdade partidas de Paris também só ganharam a verdadeira dimensão depois de sua eclosão, e foram tão fortes que, até hoje, lançam influência na ordem social e econômica. Agora, passadas outras quatro décadas, não é exagerado pensar que o planeta volte a realizar “movimentos de acomodação”. 
           
A ordem mundial derivada de 68, fez perecer as ditaduras da América Latina, acabou com o regime do “apartheid” na África do Sul, derrubou o muro de Berlin, reunificou a Alemanha, acabou com a guerra-fria e liquidou a União Soviética e o comunismo, entre outras coisas. A China, que exportava revolução, hoje é capitalista e o mesmo já ocorre com Cuba pós-Fidel Castro. Mas a derrocada da chamada “cortina de ferro” não representou a vitória do outro lado, pois os EUA vivem a grande crise e o dólar, combalido, traz a instabilidade a todo o mundo, e sofre o ataque de outros ativos.
           
Tão importante quanto a compreensão do “crash” de 1929 e suas conseqüências e dos desdobramentos de 1968 é o mundo entender claramente para onde sopram os ventos de hoje, já expurgados de muitos conceitos econômicos e políticos que reinaram absolutos durante décadas e atualmente perderam a validade.
           
Os fenômenos da comunicação instantânea e da globalização tornaram o mundo mais ágil, oportuno e perigoso. A simples oscilação do mercado num canto do mundo coloca todo o planeta em alerta. Negócios são adiados, empregos cortados e a economia entra em crise instantaneamente. No passado, esses efeitos chegavam mais lentamente, muitas vezes, quando não havia mais nada o que fazer. Diferente de hoje, quando tudo ocorre em tempo real e passível de interferência.
           
O Brasil, sem qualquer dúvida, se beneficia dessa velocidade. Como maior economia do continente e em condições de competir em diferentes setores com as grandes potências, pode dar o tom comportamental desse novo tempo. Evitar sofrer os efeitos devastadores da crise de 2008 foi um ponto largamente positivo. Agora, os estrategistas do Governo e da Sociedade Organizada têm a tarefa de compreender rapidamente a nova ordem mundial que pode estar nascendo, para implementar medidas compatíveis com o novo momento. Dessa ação pode surgir o tão sonhado “país do futuro”...
 
 
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)                   


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