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Opinião
Quinta - 30 de Junho de 2022 às 10:34
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Dados do Ministério de Indústria e Comércio Exterior mostram que, entre janeiro e maio deste ano, Mato Grosso exportou mais de 14 bilhões de dólares em produtos do agro.

O saldo comercial ficou em 12 bilhões de dólares, um crescimento de 32% se comparado com o mesmo período de 2021. O estado importou cerca de dois bilhões de dólares, principalmente de adubo e fertilizante.

Os produtos exportados, em sequencia de importância, são soja, algodão, milho e carne. No período dos cinco meses, MT foi o quarto maior exportador do país.

Suplantando, em superávit comercial, gigantes da exportação como Minas Gerais e Pará, onde a mineração é forte.

A soja continua a ser o carro-chefe da exportação. Dos 14 bilhões exportados, nove bilhões vieram da venda da soja ao exterior. Venda de carne para fora do país cresceu 67% de um ano para o outro, chegando a um bilhão de dólares.

A China é a grande importadora, 43% da exportação do estado foram para a esse país ou 38% a mais do que no mesmo período do ano passado. Turquia, Tailândia, Espanha são outros países compradores, em escala bem menor que a China.

Um estado, com menos de 3.5 milhões de habitantes, tem uma exportação desse porte. A produção agropecuária no estado, falando o óbvio, impressiona os de casa e o outro Brasil também. A tecnologia ajudou enormemente a produção no campo. Sementes e adubagens adequadas faz o estado produzir por hectare como os melhores produtores do agro pelo mundo.

Outro ponto importante dessa equação é o fator China. A venda para lá é forte e crescente. Talvez seja interessante aumentar os laços com aquele país. Buscar interação também em área cultural e social com os chineses.

Gentes daqui aprender o mandarim. Fazemos isso com os EUA e este país não compra praticamente nada do agro daqui. Este país é grande produtor no campo e, aliás, é competidor do estado.

Uma produção desse porte de grãos, fibras e carnes no estado e ainda se tem uma logística deficiente. A rodovia 163 ilustra isso. É o principal meio para escoamento de milhões de toneladas para portos do litoral e não se consegue que seja duplicada. O estado tem peso econômico, mas não tem ainda o poder político para resolver esse assunto.

Outro item que entra nessa história de produção e exportação é a preocupação com o meio ambiente. O exterior continua monitorando o que ocorre aqui. Vai até passar uma lei na União Europeia para que, importadores de lá, não comprem produtos produzidos em situação ambiental equivocada. Outros tipos de relacionamentos deveriam ser criados pelo agro com aquela integração econômica também.

E, outra coisa óbvia, o estado tem que industrializar parte dessa produção no campo. Um equilíbrio entre exportação in natura e industrializados. A ferrovia está chegando e deve ajudar muito nessa direção.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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