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Opinião
Sexta - 01 de Julho de 2011 às 09:29
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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 Salvo melhor juízo, o BNDES é uma instituição governamental de fomento criada para alavancar o desenvolvimento nacional e apoiar as empresas, especialmente as nascentes”. Criado há quase seis décadas, pelo então presidente Getúlio Vargas, como BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), no início dos anos 80, ganhou no nome a palavra Social e teve acrescida na sigla a letra S. Trouxe o Brasil da condição de  país eminentemente agrícola à potencia industrial e tecnológica que hoje disputa mercado com as grandes economias internacionais. A infraestrutura, as empresas públicas e a maioria das organizações privadas nacionais instalaram-se e atingiram seus objetivos graças ao apoio técnico e financeiro da instituição, e o povo foi beneficiado com emprego, renda, bens e serviços antes indisponíveis.
 
Nem as rupturas político-institucionais do período foram capazes de tirar o BNDES de sua vocação de promover o desenvolvimento nacional. Hidrelétricas, estradas, ferrovias, armazéns, indústrias, agricultura, pecuária e muitos outros segmentos só sobreviveram porque puderam contar com as linhas de crédito, muitas vezes subsidiado, da instituição. Por conta disso, temos hoje um Brasil economicamente competitivo e moderno. Muito já foi feito e muito ainda está por fazer, pois a cada passo dado novas demandas e desafios se apresentam.
 
O BNDES é, para todo o país, um grande instrumento de desenvolvimento e, principalmente, de apoio àqueles que querem aproveitar as oportunidades, trabalhar, crescer e cumprir objetivos de expansão econômica e de bem-estar social. Sem qualquer dúvida, muitos pequenos e médios empresários conseguirão se tornar grandes se puderem contar com o crédito e o apoio do banco para seus negócios.
 
O noticiário dos últimos dias, no entanto, nos traz controvérsias. O dinheiro do banco de fomento, que deve ser carimbado para promover o desenvolvimento nacional, está sendo carreado para ajudar na fusão dos megavarejistas Pão-de-Açúcar e Carrefour. Nada contra as duas organizações, mas soa estranho que o suado dinheiro público brasileiro vá servir para fortalecer ainda mais dois gigantes que podem, muito bem, caminhar sozinhos. Melhor seria se tais investimentos se transformassem em linhas de crédito para os supermercadistas menores para que cada um, em sua praça ou região de atuação, possa trabalhar e fazer frente à concorrência dos oligopólios que se formam. Essa concorrência pode beneficiar o consumidor!
 
Recursos de fomento só devem ser aplicados em negócios que podem se ampliar e trazer benefícios sociais à população que, em última análise, é dona do dinheiro. As grandes corporações, pela própria natureza, já têm condições de competitividade e desenvolvimento. Financiá-las é - como se diz popularmente no grande meio agropecuário - o mesmo que injetar gordura na barriga de porco gordo...
 Espera-se que, ao final, o interesse público fale mais alto...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
aspomilpm@terra.com.br



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