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Opinião
Terça - 28 de Junho de 2011 às 15:02
Por: Melissa Setubal

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“Coma comida. Não muita. Na maioria, vegetais.” é como Michael Pollan resume toda a sabedoria alimentar da evolução humana.

É uma regra simples, não é mesmo? Até você entrar no supermercado e se deparar com dezenas de corredores e prateleiras lotadas de opções em embalagens chamativas escritas frases e palavras que fazem nossos olhos brilharem.

Nos dias de hoje, é muito comum encontrar diversas opções de produtos que se autoproclamam “mais saudável”, “natural”, “sem adição de açúcar”, “50% menos gordura”, “40% menos calorias”, “agora com farinha integral”, “mais de 8 vitaminas e minerais adicionados”. E na ilusão da comodidade e de que a junk food foi transformada em algo que pode ser degustado sem culpa, compramos com a certeza de que fizemos a melhor escolha.

Será?

Marion Nestle, em seu livro “Food Politics”, descortina o que está por trás da indústria de alimentos e suplementos, esclarecendo a origem desta demanda por alimentos ditos saudáveis e/ou transformados em uma versão melhorada. O que começou como uma tentativa do governo de suprir a quantidade mínima recomendada de vitaminas e minerais à uma população que ainda sofria da escassez de certos nutrientes, hoje se tornou um poderoso instrumento de marketing, que ajuda aumentar as vendas e melhorar a reputação das marcas.

A questão principal é: qual a melhor forma de nutrir meu corpo para que ele possa viver em toda a sua potencialidade?

A resposta está no projeto que a natureza desenhou, nosso DNA. Os genes foram programados para reagir aos estímulos do ambiente, e o alimento é uma das formas mais impactantes de se “ligar e desligar esses interruptores”. Por mais que eles se adaptem às mudanças, nossas células ainda esperam ansiosas por aqueles nutrientes no formato programado originalmente, ou seja, outras substâncias criadas pela própria natureza.

Aí é que a coisa começa a se complicar. Nós começamos a modificar os alimentos, processando-os em indústrias para produzir em maior quantidade, alterando geneticamente para aumentar produtividade, acrescentando substâncias químicas ou simulando artificialmente compostos encontrados na natureza para aumentar o tempo de prateleira, entre outras coisas.

E comida passou a ser, cada vez mais, algo que “nasce” nas gôndolas do supermercado, ao invés de algo que se cultiva e colhe e come.

Para sobreviver a essa “guerra da propaganda” e garantir que eu coma na maior parte do tempo algo realmente saudável e nutritivo, eu tenho algumas regrinhas que me ajudam na hora de fazer compras:

1. Uma forma de driblar toda essa confusão é voltar ao básico. Faço compras em feiras livres, pois, em sua maioria, as opções vieram diretamente da plantação para sua mesa.

2. No supermercado, vou direto para a sessão de hortifruti, e busco opções em sua “embalagem natural”. Tudo que ainda puder ser reconhecido no formato de planta ou animal vale.

3. Evito ao máximo o que vier em embalagens coloridas, com slogans, frases apelativas, mocinhas uniformizadas servindo para degustação, tiver um tempo de validade de anos. Analiso se realmente aquela é uma boa escolha para mim naquele momento.

4. Leio atentamente as embalagens dos produtos. Se a lista começar com açúcar ou sal, ou qualquer coisa que não seja um alimento real, não levo. Verifico também se há outras marcas que não usem ou que utilizem menor quantidade desses temperos.

5. Se eu não consigo usar minha boca para falar, não coloco dentro dela. Se na lista de ingredientes tiver um monte de nomes impronunciáveis, melhor procurar outra opção ou cozinhar eu mesma. Essas substâncias químicas vão fazer o corpo ter tanto trabalho para digerir, que não vai restar nenhum nutriente no final da digestão.

Boas compras, bom apetite, e boa saúde!

* Melissa Setubal é coach de saúde integrativa



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