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Opinião
Segunda - 30 de Maio de 2011 às 10:47
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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Os quatro assassinatos registrados nos últimos dias, na região amazônica, expõem mundialmente o grande confronto entre as populações que vivem da floresta e aqueles que, com suas motosserras, buscam o lucro fácil e promovem a devastação. Aguarda-se que, diante da impotência e inoperância dos governos estaduais para o enfrentamento do  problema, as forças federais sejam acionadas e possam levar segurança à região. É preciso mais do que força policial. Esta deve ser utilizada apenas para localizar a entregar à Justiça os pistoleiros e seus mandantes e, com sua presença, desencorajar a prática de novos crimes. Em paralelo às suas atividades, há que se implantar na região uma estrutura de regulação fundiária e serviços que fiscalizem a exploração econômica e sustentável da floresta de forma a garantir sua preservação.
 
A amazônia é uma grande massa de manobra internacional. Os contumazes destruidores da ecologia mundial, depois de terem destruído as próprias florestas, ficam a evacuar regras para a floresta amazônica. Pior que isso, ali infiltram-se através de ONGs, instituições religiosas e afins, desenvolvendo um ativismo que nem sempre interessa aos brasileiros e à própria preservação. Na esteira dessas controvérsias e no vácuo do poder estatal, surgem os líderes, os aproveitadores, os oportunistas e os criminosos, cujos interesses chocam-se e acabam produzindo mártires como Chico Mendes e Dorothy Stang, que só ganharam notoriedade depois de mortos, quando viraram um excelente ponto de apoio para carreiras e ativismo político.

 É largamente sabido que temos muitos “brasis”. Com sua dimensão continental, nosso país abriga realidades muito diversas. Vamos desde as metrópoles que já utilizam alta tecnologia para segurança e sustentabilidade até os locais inóspitos, onde não é sentida a presença do Estado. É nestes que ocorre o conflito, onde a motivação principal é econômica. Madeireiros, que já devastaram – legal e ilegalmente – as florestas de todas as outras regiões do país e também do Paraguai, avançam como podem para a região amazônica. 
 
O problema só poderá ser resolvido com a presença estatal na área. Além das medidas policiais, torna-se necessário reforçar a fiscalização para evitar o comércio da madeira extraída irregularmente. Paralelo a isto, há que se impedir o avanço irregular das fronteiras agropecuárias. Para que tudo isso funcione é necessário o uso de satélites e a presença em terra e, principalmente, combater a corrupção e a impunidade. Quem for lá para fiscalizar tem de efetivamente cumprir sua obrigação e, se não o fizer, pagar caro por isto.

 Espera-se a ação firme do governo federal e das suas instituições. E que pare a produção de cadáveres, privilegiando-se a vida em vez do mórbido ativismo político-ambiental que tem cercado o problema.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
aspomilpm@terra.com.br                                                                                                      
 



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