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Opinião
Sábado - 05 de Fevereiro de 2011 às 11:34
Por: João Francisco Salomão

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O Aeroporto Plácido de Castro, em Rio Branco, fundamental para a economia do Acre e sua ligação com as distintas regiões brasileiras e outros países, está operando há muito tempo abaixo de sua capacidade, devido à lentidão das obras de reforma de sua pista e seu pátio. De modo quase irônico, o problema ocorre exatamente no momento em que o terminal tem autorização da Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), concedida em meados do ano passado, para operar rotas internacionais de passageiros e cargas, inclusive com aeronaves de grande porte.

A reforma começou em junho de 2010 e custará R$ 28 milhões. É executada pelo 7º Batalhão de Engenharia de Construção. A despeito da dedicação, empenho e permanente mobilização dessa importante e respeitada unidade de nossas Forças Armadas, alguns especialistas avaliam que lhe faltem know how e tecnologia para realizar com agilidade uma obra do porte de um aeroporto internacional.

Louvando-se os esforços da instituição militar, é preciso questionar o porquê de a Infraero, responsável pela administração do aeroporto, não ter adotado medidas mais eficazes para garantir a realização das obras de maneira adequada. Por conta do problema, têm-se observado situações de risco. Há casos em que os aviões têm de arremeter nas manobras de pouso. Além dos sustos para os passageiros, há custos para a economia local: as companhias aéreas passaram a operar no Estado com aeronaves de menor porte, e quando utilizam equipamentos maiores, estes têm de voar com capacidade ociosa, pois há limites de peso para decolagem e aterrissagem numa pista que, hoje, tem 600 metros interditados.

A dificuldade enfrentada pelo Acre evidencia o grande gargalo representado pelos aeroportos no conjunto da infraestrutura nacional de transportes. Este, aliás, é considerado, de maneira unânime, o principal problema do País no tocante aos preparativos para sediar a Copa do Mundo da Fifa, em 2014, e a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. É preciso gerenciar com muita eficiência o cronograma e a qualidade das obras. Espera-se que moderna, segura e eficaz rede aeroportuária constitua-se em um dos principais ganhos propiciados pelas duas grandes competições, inclusive para capitais que, como Rio Branco, não serão sedes de jogos.


*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre — FIEAC (salomao@fieac.org.br).



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