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Opinião
Quinta - 20 de Janeiro de 2011 às 06:39
Por: Eduardo Póvoas

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Passa nosso país por uma comoção que jamais lembro de outra igual. A tragédia que assola nossos irmãos do Rio de Janeiro parece não ter fim. São imagens que deixam os corações, mesmo os mais insensíveis transbordando de dor e compaixão daqueles que perderam tudo, inclusive a vida.

São bombeiros, homens, idosos, mulheres, médicos e todo tipo de gente tentando salvar humanos e animais no que resta das cidades.

Até o cachorrinho “caramelo” não se afastou um minuto sequer do lado da sepultura da sua dona. O pai que quase perde as pontas dos dedos para, por baixo de uma montanha de lama chegar perto do seu bebe de sete meses e hidrata-lo com sua saliva. O homem que permaneceu catorze horas soterrado e que para a alegria de seus muitos amigos, saiu com vida. E o menino que por quatro kilometros “viajou” ao lado da morte até ser resgatado por um voluntário.

Fatos iguais a estes são muitos. Heróis iguais a estes serão muitos. E a vida segue sendo abençoada por Deus o Senhor do tempo.

Enquanto milhares se envolvem de uma maneira ou de outra, com essa tragédia, há somente sessenta quilômetros dali, um cem numero de jovens passam a noite inteira acordado em uma enorme fila na tentativa de conseguir um ingresso para assistir a um show de uma cantora tresloucada que nada, absolutamente nada, tem a dar de exemplo à nossa juventude.

Passam a noite inteira na fila para assistir a um show de uma cantora “despombalizada” e assisti-la tropeçar nas próprias pernas depois de alguns scotch e uma porção generosa do maior produto de exportação de um país vizinho. Se ainda cantasse alguma coisa vá lá, mas não canta m... nenhuma.

Outro disparate é a imundice de programa, chamado “carinhosamente” de BBB, que volta ao ar.

“Enjaulam” meia dúzia de mulheres e homens em uma mansão, para que nesse ambiente coloquem para fora um monte de m... que eles falam, pois só entendem disso, desde ao abrir os olhos até fecha-los. São escolhidos “a dedo” para protagonizar tamanha indecência.

O assunto palpitante deles é sexo. Sabem todos que ao sair desse éden, estarão empregados, os homens posando nus para revistas femininas e as mulheres fazendo a mesma coisa para as revistas masculinas.

E na cabeça dos “brothers” o que tem?

Tem, com muito maior quantidade o que o camarão tem na dele.

Essa monstruosidade deveria ser proibida de entrar nos lares dos brasileiros antes da meia noite.

“De menor” não pode trabalhar, mas assistir essa porcaria pode? Com a palavra aqueles que colocam o “de menor” em uma redoma!

Gente, precisamos nós consumidores e telespectadores, exigir mais respeito daqueles que detém os veículos de comunicação.

Ou estou muito velho, ou meus conceitos de vida e família precisam ser reciclados.

Só falta eu comprar um ingresso para ver uma peça do Dado Dolabela. Aí morri...


* EDUARDO PÓVOAS
é dentista

povoas@terra.com.br



Autor

Eduardo Póvoas

EDUARDO PÓVOAS é dentista em Cuiabá

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