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Opinião
Quinta - 13 de Janeiro de 2011 às 08:40
Por: Eduardo Gomes

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Mato Grosso não tem plano de emergência para atuação em caso de transbordamento ou rompimento de barragens das pequenas centrais hidrelétricas (PCH’s) e usinas hidrelétricas construídas em rios de suas três bacias hidrográficas.

Até então, o Estado em todas as suas esferas somente se preocupou com a questão a montante das barragens, mas nunca se interessou pelo que pode ocorrer a jusante em caso de tragédia provocada por inundações.

A falta de planejamento, de acompanhamento de situação e monitoramento das chuvas fica claro agora, com o falso alarme de rompimento de barragem no rio Santana, o que levou moradores de Nortelândia ao desespero na noite de ontem, com centenas de famílias deixando suas casas em busca de abrigos em áreas mais distantes das margens e em pontos elevados.

Em Nortelândia, a construtora Camargo Corrêa e a Firenze Energética (que provavelmente pertence ao grupo da Camargo) construíram no rio Santana duas PCH’s e uma terceira barragem está a um passo de ganhar materialidade. Essas usinas se localizam perto de Nortelândia e Arenápolis.

O caso em Nortelândia precisa despertar as autoridades para a necessidade de elaboração de inventário dos reservatórios das usinas e a consequente elaboração de plano de defesa civil para evacuação e adoção de outras medidas.

Lamentável que as autoridades atuais e suas antecessoras não tenham se atentado para o fato de que nos últimos 13 anos foram aprovados mais de 100 projetos no setor de geração de energia elétrica em Mato Grosso sendo que muitas barragens foram construídas, outras estão em obra ou embargadas e algumas ainda não passam de projeto.

Não é concebível que tal indiferença administrativa perdure. É preciso rever essa situação. Também seria importante que a bancada federal apresentasse projeto no Congresso exigindo que toda obra de barragem seja precedida de plano de defesa civil. Vale observar que a maior parte dessa gigantesca caixa d’água pontilhada em todas as regiões foi construída com financiamento pelo BNDES, que é banco do povo brasileiro.

Em Mato Grosso a visão monocular sobre meio ambiente deixa o ser humano em plano inferior. Antes que barragem ecologicamente construída roube a vida de milhares de moradores ribeirinhos ao curso das águas que movimentam suas turbinas o governo tem que cumprir o papel que até agora nunca foi pauta de seus compromissos.

Eduardo Gomes de Andrade
eduardogomes.ega@gmail.com



Autor

Eduardo Gomes
eduardogomes.ega@gmail.com http://www.mtaquionline.com.br/

É Jornalista em Cuiabá

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